A semana promete ser de novidades nas campanhas que buscam disputar a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Piauí. Depois de duas semanas de intensas polêmicas e com a aproximação das eleições, o prazo para (re)definir estratégias está ficando cada vez mais apertado.

Está anunciado para a próxima quinta-feira (30), por exemplo, o evento que vai unir as campanhas do advogado Carlos Henrique e Nara Letícia. Outra movimentação possível é a troca de candidatura do advogado Raimundo Junior por Naiara Moraes ou Andreia Araújo.

Ao mesmo tempo, a candidatura de Celso Barros passa a oferecer espaços para rearranjos com setores da campanha de “oposição” que se identifica com ele dentro do movimento OAB que Chega Junto, numa tentativa de repetir a junção de forças que o elegeu em 2018 com o apoio do próprio Raimundo Junior falando em nome dos ex-presidentes William Guimarães, Norberto Campelo e Sigifroi Moreno.

PESQUISA

Todos os grupos têm pesquisas que apontam esses caminhos e orientam parte dessas articulações. O Política Dinâmica teve acesso a uma delas, realizada entre os dias 20 e 22 de setembro de 2021, o instituto Exatta – Empresa de Pesquisas Técnicas entrevistou 800 advogados adimplentes com a OAB-PI e aptos para votar nas eleições deste ano no Piauí. Com nível de confiança de 95%. Algumas somas podem dar resultado um pouco maior pouco menor que 100% em consequência de arredondamento.

NÚMEROS DA ESPONTÂNEA

Perguntados em quem votariam para a presidência da OAB-PI naquele instante, sem que lhes fossem fornecidos os nomes dos candidatos, 25,4% dos entrevistados afirmam que votariam no atual presidente da OAB-PI, Celso Barros Neto. Ele venceu as eleições de 2018 com 41,9% dos votos válidos, o que pode não ser um bom sinal.

Em seguida, com 18,4%, está o advogado Carlos Henrique. 

Em terceiro lugar fica Raimundo Junior, com somente 16,3%. A advogada Nara Letícia pontua com 11,4%, enquanto o advogado Carlos Junior aparece com apenas 1,4% das intenções de voto.

A advogada Naiara Moraes foi lembrada por 1,0% dos eleitores. Outros 17 nomes obtiveram intenção de voto inferior a 1%. 

Afirmam que não votariam em ninguém 2,0% dos entrevistados e outros 21,6% ainda não sabem ou não quiseram opinar.

NÚMEROS APONTAM POLARIZAÇÃO

Quando é oferecido ao eleitor um “cardápio” limitado e definido de candidatos, as escolhas mostram que a disputa pela presidência da OAB-PI vai se concentrar em duas candidaturas: a do atual presidente Celso Barros e a do advogado Carlos Henrique.

Veja a tabela:

Num cenário sem a candidata Nara Letícia, é ainda mais visível que a disputa fica polarizada entre Celso Barros e Carlos Henrique, com Raimundo se afastando da viabilidade eleitoral.

Veja:

Celso vai de 29,4% para 34,1% (+4,7%); Carlos Henrique sobe de 20,5% para 25,0% (+4,5%); enquanto Raimundo Junior patina de 18,5% para 20,1% (+1,6%). Para se ter uma ideia, os que anularam seu voto com a saída de Nara do cenário vão de 5,6% para 7,6% (+2,0%).

Por este motivo, nos bastidores, setores menos radicais da campanha de Raimundo Junior já buscam diálogo tanto com Celso Barros quanto com a campanha de Carlos Henrique.

ADVOGADOS QUEREM MUDANÇA

A aferição mostra que 68% dos entrevistados buscam um candidato que represente mudança no comando e na gestão da OAB-PI. Ou seja, menos de um terço do eleitorado, segundo a pesquisa, aceita a ideia de continuidade do mandato do atual presidente Celso Barros Neto.

Confrontados com uma lista de 4 candidatos (Celso Barros, Carlos Henrique, Nara Letícia e Raimundo Júnior), os eleitores poderiam escolher até 4 nomes (por isso a soma é maior que 100%) dentre estes que representassem esse sentimento de mudança. Carlos Henrique é visto como melhor alternativa para viabilizar a mudança por 33% do eleitorado. 

Apenas 21,8% dos eleitores enxergam mudança na OAB-PI diante de uma virtual gestão de Raimundo Junior. Para 20,6%, Nara Letícia representa mudança. Celso Barros ainda conseguiu pontuar com 16,0% nesse quesito e 29,1% não sabem ou não quiseram opinar.

ABRAÇADO COM A REJEIÇÃO

O advogado Raimundo Junior tem de rejeição mais do que o dobro do que pontua em intenção espontânea de voto.

Os advogados que afirmam que não votariam em Raimundo Junior de jeito nenhum são significativos 34,4%, enquanto afirmam votar espontaneamente em RJ apenas 16,3%. Inegavelmente, há um recado nesses números.

Em seguida, na disputa pela rejeição dos advogados, Celso Barros, atual presidente da OAB-PI, pontua com 27,1%.

O advogado Carlos Henrique possui apenas 12,3% de rejeição.

Somam 12,4% os advogados que não rejeitam nenhum dos candidatos e outros 21,8% aqueles que não sabem ou não quiseram responder.

Outro ponto que desanima o entorno da campanha de Raimundo Junior é o fato de que a rejeição se apresenta muito alta apesar do candidato ser pouco conhecido. Apenas 17,1% dos eleitores afirmam conhecer bem o advogado Raimundo Junior. São 24,8% os que dizem conhecer um pouco Raimundo Junior. Somam 25,6% aqueles que o conhece “só de ouvir falar” e 32,5% não o conhecem de maneira alguma.

A pesquisa tem margem de erro de 3,5% para mais ou para menos.