Agora ele anda em carreata, tira foto e pede voto. Não há um jornalista de política, funcionário da Câmara Municipal de Teresina ou aspone no MDB que discorde: até que a campanha do Dr. Pessoa (MDB) conquistasse uma liderança folgada nas urnas, o vereador Luiz Lobão só queria saber do ninho tucano na Prefeitura de Teresina.
Com o resultado do primeiro turno dando a Pessoa vantagem sobre a candidatura de Kleber Montezuma (PSDB), o plano “A” passou a ser voltar à presidência da Câmara Municipal de Teresina, cargo que ocupou por força de vontade do prefeito Firmino Filho (PSDB) entre os anos de 2015 e 2016.
A favor de Luiz Lobão está a articulação do presidente estadual do MDB, o senador Marcelo Castro, de quem é amigo pessoal e para quem Lobão fez campanha contra a chapa de Dr. Pessoa nas eleições de 2018. Marcelo – único senador ao lado de Pessoa – já estaria articulando junto aos vereadores eleitos em partidos pequenos e ligados à Kleber Montezuma.
Contra Lobão, apenas os fatos e os depoimentos dos vereadores que estiveram sob sua presidência.
No começo do ano, enquanto inaugurava obras com o prefeito Firmino Filho e cercado também pelos progressistas do senador Ciro Nogueira, Lobão chegou a procurar filiação em outros partidos, por conflitos com o presidente da Alepi, o deputado Themístocles Filho, que é o presidente municipal do MDB em Teresina. Existia a desconfiança de Lobão que pudesse lhe ser negada a legenda por alegação de infidelidade partidária. Luiz Lobão chegou a dar entrevistas lançando solitariamente uma pré-campanha a prefeito de Teresina, atitude que foi encarada nos bastidores como uma tentativa de desestabilizar a candidatura de Pessoa, que à época já tinha até o vice Robert Rios (PSB) anunciado.
"Vou até as convenções", dizia Lobão a quem quisesse ouvir.
Uma movimentação bem parecida com a do deputado estadual Henrique Pires, que também se lançou pré-candidato quando Pessoa já era o nome que liderava pesquisas de intenção de voto com ampla vantagem. Henrique tinha dois vereadores ligados a ele -- Nilson Cavalcante e Zé Filho -- dentro da gestão tucana. Nenhum deles concorreu em 2020 pelo MDB e ambos pedindo voto para Kleber ficaram de fora da próxima legislatura.
Mas estando abençoado pelo senador Marcelo Castro, o vereador Luiz Lobão tem chance, claro. Se o senador garante a Pessoa que dá pra confiar, então dá pra confiar.
Eleito com 3.774 votos, Lobão só vai assumir o próximo mandato porque na mesma chapa – e pela segunda vez seguida – o vereador Jeová Alencar “estourou” de votos. Foram 11.062 votos que deram ao MDB a vaga de Lobão na sobra. Em outros partidos, outros 6 vereadores perderam mandatos mesmo tendo mais votos que Lobão.
Ainda assim, não há notícias sobre sequer uma mensagem de Whatsapp agradecendo essa força.
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