A OAB VAI FAZER O QUÊ?

A juventude de Chico Lucas certamente tem mais potencial do que o presidente utiliza na condução da Ordem como instituição da sociedade piauiense (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

Quando e leitor colocar os olhos nestas palavras, provavelmente o Governo do Estado já terá recebido R$ 315 milhões em suas contas. Depois de polêmicas e falta de prestações de contas de outro empréstimo, esse dinheirão chega às vésperas de uma campanha eleitoral. Pouca gente na imprensa cobra, quase nenhum político fiscaliza e, infelizmente, as instituições silenciaram. É o caso da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí.

A OAB se mete em todo tipo de celeuma besta, irrelevante e sem repercussão prática na vida dos advogados. Fomos, como sociedade, acostumados a ver isso porque a Ordem, como instituição, é maior que a classe que representa. E deveria ser sempre assim.

A OAB-PI repudiou fotos da prisão de um pichador, o Palestino, que foram divulgadas pela Polícia Civil. A OAB-PI bateu palmas com nota oficial quando artistas tocaram, dançaram e cantaram pelados num show do coletivo Salve Rainha. Mas, até aqui, se mostrou incapaz de opinar sobre o desvio de finalidade de centenas de milhões de reais por parte do Governo do Estado do Piauí.

A instituição diminui por vontade própria a sua importância e, por tabela, a sua representatividade, junto ao Judiciário, ao Legislativo e ao Executivo. Que força tem para defender seus interesses uma instituição que não demonstra sua relevância? Em que mesa de decisões senta alguém que não opina nem se manifesta?

Coordenador de mais de 50 comissões dentro da OAB-PI, Lucas Villa não conseguiu colocar nenhuma daquelas ligadas ao combate à corrupção e à fiscalização do poder público para funcionar de maneira proativa; a Ordem está perdendo espaço institucional na sociedade e relevância na mesa das grandes decisões democráticas (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

Se uma metáfora puder ser desenhada aqui, seria a seguinte: Wellington Dias chamou deputados e prefeitos para um banquete de reeleição ao lado de setores do Judiciário onde a Caixa vai servir o prato principal e a OAB-PI, na sala de estar, vai tocar piano, formando com o Ministério Público Estadual um dueto de música instrumental.  

Existem mais de 50 (sim, cinco dezenas!) de comissões de interesses diversos na OAB-PI. Algumas delas seriam mais relevantes no caso deste tema específico: a Comissão de Combate à Corrupção e à Impunidade; Comissão de Controle das Atividades Públicas, Comissão de Desenvolvimento e Patrimônio Urbano, Comissão de Direito Empresarial; Comissão de Direito Previdenciário, Comissão de Estudos Tributários; Comissão de Parcerias na Administração Pública; e Comissão de Relações Institucionais. Não passam de nomes numa lista sem valor sob coordenação nenhuma da vice-presidência da Ordem.

Veja nosso comentário na Jockey FM 88.1:


Em 2015, o Política Dinâmica entrevistou o atual vice-presidente da OAB-PI, advogado Lucas Villa. Ele afirmava que o papel da OAB ia além da representação dos advogados. Era algo maior que a “prestação jurisdicional”. Dizia ele, à época, que as comissões tinham uma função social a ser exercida. Declarou, convencendo-nos, que a Ordem não poderia ser subserviente. Disse: “Não posso acreditar num presidente da OAB que não tenha condição, por exemplo, de ajuizar uma ação contra o Estado em nome da OAB para cobrar alguma coisa. Que se tiver que ajuizar alguma ação contra o estado, não pode assinar por que tem algum impedimento. A OAB deve ser presidida por advogados independentes que não tem o rabo preso com ninguém”.

Procura-se a OAB-PI.

Quem tiver informações, favor entrar em contato.

P.s.: Os links originais da entrevista de Lucas Villa seguem abaixo, para entretenimento dos leitores.



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