Cunha afirma que Câmara votará reforma política até maio

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, reuniu-se semana passada, no Bosque dos Constituintes, com os jovens universitários que participam do Programa Estágio-Visita de Curta Duração – que tem o objetivo mostrar a estudantes de todo o País o funcionamento da Casa e o cotidiano dos parlamentares. No encontro, Cunha respondeu a diversas perguntas dos universitários sobre assuntos polêmicos em tramitação na Câmara, como a reforma política, a regulação da mídia e a legalização do aborto.

A estudante de Ciência Política Mariani de Holanda, do Rio de Janeiro, comentou a intenção de Cunha de votar a reforma política até o fim de maio. Ela perguntou se isso não reduziria o tempo de discussão da proposta, impedindo que deputados e a população tenham tempo de opinião sobre o assunto.

Em resposta, Cunha disse que já há uma comissão especial analisando a proposta e que todos os deputados conhecem bem o assunto, pois eles mesmos participaram de eleições recentemente. “Demorar a debater é uma forma de obstrução para não votar. Quem não quer votar nada, quer justamente discutir mais”, disse Cunha. “Há coisas em política que, se você não marcar dia, hora para todo mundo saber que vai votar, jamais vota”, confidenciou.

Outros temas

Já Gustavo Ventura da Silva, aluno de pós-graduação em comunicação empresarial, indagou Cunha sobre o aborto e a regulação da mídia. “Eu fico um pouco preocupado pela necessidade de a instituição estar aberta a esses debates mais progressistas, como a democratização da mídia”, questionou o estudante, citando declaração atribuída a Cunha pela imprensa de que tais assuntos só seriam pautados sobre o cadáver dele.

Na opinião de Cunha, há uma ideia equivocada do que é regulação e do que é democratização. “Sou radicalmente contrário a qualquer tipo de controle de mídia. Não vai ter avanço (nessa proposta) comigo”, respondeu Cunha.

“O que você pode ter interpretado como democratização, nós interpretamos como intervenção e não existe democracia sem liberdade de expressão, sem possibilidade de crítica, para que eles (os críticos) possam me esculhambar quando quiserem e para que eu, se me sentir ofendido, possa buscar a reparação no Poder Judiciário ou por meios cabíveis”, declarou.

O presidente da Câmara ainda reforçou sua posição contrária sobre o aborto, mas ressaltou que essa é sua opinião pessoal, como deputado. “É minha opinião pessoal. A Casa tem de votar de acordo com o seu regimento e não há nenhuma proposta sobre esse assunto ou sobre a regulação da mídia que esteja pronta para pauta”, completou Cunha.

Fonte: O Povo

Comente aqui