A lógica da relação institucional entre o Governo Federal e as Prefeituras Municipais parece ter mudado. O trato, em boa parte, vai deixar de lado os intermediários. Pelo menos é o que se espera para as capitais e maiores cidades do país. E o prefeito de Teresina saiu na frente para se adaptar a este novo momento.
Firmino Filho (PSDB) hoje compõe um grupo de gestores que, em nome da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), representa os interesses gerais dos municípios de todo o país. Sem os interesses político-eleitorais de senadores e deputados pelo meio da conversa.
Ter parlamentares como “atravessadores” em concentrou que deveriam ser entre gestores já facilitou liberação de recursos e projetos. Mas em outros casos — muitos, aliás — foi o motor de desvios de finalidade e recursos públicos por todo o país.
TERESINA EM BRASÍLIA
A capital do Piauí pode se beneficiar desse novo contexto, principalmente pela postura de Firmino e de sua gestão. Teresina consegue ter uma administração enxuta mesmo num lugar em que a lógica estabelecida pela gestão do governo estadual é a de lotear e inchar a máquina pública. O bom exemplo pode ser em vários aspectos, modelo para o Brasil.
Na última terça-feira (29), enquanto deputados e senadores do mundo político do Piauí estava envolvidos com os bastidores da eleição da Mesa Diretora da Assembleia, Firmino estava reunido com o ministro da Justiça Sérgio Moro.
A pauta, obviamente, ligada à segurança das cidades, prejudicada pela histórica falta de investimentos no setor pelos governos estaduais principalmente.
Ontem, quarta-feira (30), foi a vez de tratar com os ministros Paulo Guedes, da Economia; e Luiz Henrique Mandetta, da Saúde. Com estes dois, as pautas foram sobre a nova visão do Governo Federal sobre a responsabilidade do financiamento direto do atendimento à população em saúde nas cidades e uma nova distribuição dos tributos que viabilize o funcionamento dos mais diversos serviços sob responsabilidade de estados e prefeituras.
DEBATE QUALIFICADO
Conversamos com o prefeito Firmino Filho sobre estes encontros. “É possível sentir uma boa diferença no trato, nas reuniões. Temos uma mesma visão de reformas que são necessárias desde a da Previdência até o ajuste do pacto federativo”, comentou o tucano.
Firmino é um prefeito do PSDB gestor da capital do estado brasileiro que deu a menor votação proporcional a Jair Bolsonaro (PSL) para presidente e que ainda é governado pelo PT. E aqui, cabe outro ponto importante apontado pelo tucano. Segundo Firmino, nenhum dos ministros fez menção ou deu a entender que haveria restrição ou vantagem partidária neste novo diálogo que está se estabelecendo.
Sendo assim mesmo, num debate mais qualificado, é possível que o país tenha uma boa chance de voltar aos trilhos.
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