por Lídia Brito com informações de O Globo

A sessão histórica que irá votar o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) está marcada para ocorrer nesta terça-feira (9), no Senado Federal. Até o momento, 44 dos 81 senadores afirmam que irão votar pelo afastamento da petista. 18 senadores dizem serem contrários ao afastamento e os demais se dizem indecisos.

Na bancada do Piauí, os senadores Regina Sousa (PT) e Elmano Ferrer (PTB) garantem que votarão contra o impeachment. O único piauiense a votar a favor da saída de Dilma é o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PP).

Na votação de amanhã, serão necessários os votos da metade mais um dos presentes — maioria simples —, desde que haja o quórum de 41 senadores. Estará em votação o relatório de Antonio Anastasia (PSDB-MG). Na votação final do processo, será preciso contabilizar o voto de ao menos 48 senadores para sacramentar a saída de Dilma. O número representa três quintos da Casa.

Aliados da presidente afastada já reconhecem e admitem a derrota amanhã, mas apostam na mudança do cenário no julgamento final. Para os oposicionistas, as citações a integrantes do governo Michel Temer na delação premiada da Odebrecht podem ter o efeito favorável à volta de Dilma. O bloco da minoria no Senado também acredita que fatos novos, como as vaias de Temer ouvidas no Maracanã na sexta-feira, no evento de abertura da Olimpíada do Rio, também terão impacto sobre o desfecho do processo.

JUSTIFICATIVA DO VOTO

Os parlamentares que defendem o retorno de Dilma à presidência reconhecem não ter votos suficientes para impedir que o relatório de pronúncia de Anastasia seja aceito na sessão de amanhã. A aposta dos favoráveis a Dilma é no julgamento final.

Para a senadora Regina Sousa, Dilma é vítima de um golpe. Ela afirma que o Senado Federal caminha para compactuar com um momento de desrespeito à Constituição Federal. “Repito que a presidente Dilma é vítima de um golpe. Não existe nenhum crime de responsabilidade. É um golpe orquestrado pelo vice-presidente com a ajuda de parte do Congresso”, declarou.

Apesar de ter mudado o voto no primeiro julgamento e ter gerado muita repercussão, Elmano Ferrer garante votar contra o impeachment. No Piauí, o candidato de Elmano à Prefeitura de Teresina, jornalista Amadeu Campos, tem o apoio do PT. Se votar pela saída de Dilma, a aliança estaria ameaçada. “Vamos manter o voto contrário ao impeachment porque não tem crime de responsabilidade”, declarou.

Do outro lado, Ciro Nogueira se mostra confiante no afastamento definitivo da presidente petista. O detalhe é que ele diz ser aliado do governador Wellington Dias (PT) no Piauí. “Acredito que o impeachment seja um fato consumado. Vamos esperar o julgamento, mas parece que a maioria é favorável”, disse.