DISPUTA OU FALÊNCIA DA SAÚDE

Os médicos denunciam que a maternidade Dona Evangelina Rosa passa por uma grave crise. Segundo a denúncia, faltam materiais simples como seringas, luvas, fios cirúrgicos e até anestésicos. A ausência desses matérias colocaria em risco a vida de mães e bebês.

Médica diz que falta material, Macedão diz que é mentira (Foto:Montagem/PoliticaDinamica.com)

Mas para o diretor da maternidade, Francisco Macedo, as denúncias não são verídicas e seriam motivadas por insatisfações dos profissionais, que estão com os salários atrasados. Macedo é ex-prefeito da cidade de Bocaina, já foi responsável pela articulação política do governo de Wellington Dias (PT). Desde quando assumiu a pasta, ele enfrenta problemas no relacionamento com os médicos e denúncias.

Macedão, como é conhecido no meio político, tem ligações com o presidente do PT no Piauí, deputado federal Assis Carvalho. No terceiro governo de Wellington Dias, Assis é o homem forte da Saúde. O petista está à frente da indicação de todos os secretários que já passaram pela pasta nesta gestão. Atualmente a secretaria é comandada por Florentino Neto, que é aliado do deputado.

No relacionamento com os médicos, o ex-prefeito de Bocaina é acusado de falta de diálogo. Enquanto Macedão afirma que as denúncias são fruto de uma insatisfação, os profissionais alertam que mães e bebês correm risco de vida na maternidade. “Não há um simples fio para fazer uma cesariana. Se houver uma paciente de urgência não teremos como operar e vai morrer a mãe e o bebê porque eu não tenho fio cirúrgico”, disse a médica Goriete Menezes.

Maternidade garante que a foto foi tirada na manhã de ontem, quando médica fez a denúncia (Foto:Ascom)

O diretor da maternidade afirma que o problema seria na verdade  a superlotação. Segundo ele, isso é agravado porque o local atende paciente da capital, interior e de estados vizinhos como o Maranhão. “As pacientes chegam e a maternidade está superlotada e não tem onde colocar quem chega”, disse. Segundo a maternidade, “a superlotação da maternidade está diretamente ligada a falhas na atenção básica que não funciona como deveria”.

Sobre os salários atrasados, ele afirma que busca resolver o problema com o secretário Florentino Neto. “Há uma insatisfação por atraso de pagamento dos profissionais, que nós já tivemos com o secretário de Saúde, Florentino Neto, para equacionarmos essa questão. Agora tem que seguir um roteiro de pagamento. Essa história que está faltando material não existe. O que estava em quantidade menor, já foi reposto”, disse.

VEJA NOTA DA SECRETARIA

Sobre as denúncias feitas por alguns médicos da Maternidade dona Evangelina Rosa sobre a falta de determinados insumos e também de superlotação na Unidade Hospitalar, a diretoria esclarece que , em relação aos insumos citados, não existe falta de materiais que venham a prejudicar a segurança das pacientes. Os fios cirúrgicos, por exemplo, existem várias caixas do material disponível na Farmácia Satélite da Maternidade, que fica localizada dentro do bloco cirúrgico (foto em anexo).  Ademais, é importante ainda frisar que os materiais que não se encontram em estoque ficaram disponíveis ainda nesta quinta-feira (21) e que não houve prejuízos no atendimento às gestantes e bebês.

No que se refere a superlotação, lembramos que, além do problema existir pontualmente, nesse período há um aumento da demanda de parturientes, vindas do interior do Estado e cidades vizinhas. No entanto, lembramos, como referência em alta complexidade do Estado, que hoje cerca de 50% das parturientes internadas na Casa são de baixo risco. E não se pode atribuir o problema apenas à Evangelina Rosa.  A superlotação da Maternidade está diretamente ligada a falhas na atenção básica que não funciona como deveria.

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