Lira dá tapa na cara da sociedade ao defender "mais qualidade de vida" para ex-presidentes

O presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (Progressistas), usou a imprensa para defender uma mudança na legislação brasileira para garantir que os ex-presidentes da República sejam mais bem tratados. Ele só não explicou em que termos isso se daria.

A gente tem que ter uma legislação que não proteja nada de errado, mas dê certa qualidade de vida para qualquer ex-presidente quando ele deixa a Presidência da República. A gente tem que ter, de uma maneira ampla, um cuidado, mas não passar por cima , [de possíveis crimes]”, disse, nesta quinta-feira, 17, Arthur Lira durante a inauguração da nova sede do Progressistas em São Paulo. A fala se deu em resposta a questionamento acerca da situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de inúmeras ações judiciais.

O presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (foto: Reprodução | Agência Brasil)

As regalias

Pois é, Lira falou em dar "certa qualidade de vida para qualquer ex-presidente". Que qualidade de vida seria essa? 

O decreto 6.381, de 2008, estabelece que os ex-presidentes vivos têm direito a isto tudo de regalia:  quatro servidores para atividades de segurança e apoio pessoal, dois assessores pessoais, dois veículos oficiais e dois motoristas. Só isso… Todo o dinheiro sai do orçamento da própria Presidência da República.

De acordo com levantamento divulgado pelo portal DW.com, só em 2019 o governo federal gastou "R$ 4,5 milhões em salários de servidores que atuaram na segurança e na assessoria de José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer".

“Terra de muro baixo”, o Brasil é exemplo, negativo, de protecionismo normativo e estrutural a ex-presidentes, ex-senadores, ex-deputados, principalmente a quem ainda atua no meio político... Fora o endeusamento social. Aí Lira quer mais, mais o quê? 

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