CONSTRUA PENSAMENTOS, ESQUEÇA OPINIÕES.

Uma das versões mais trabalhadas para a origem da palavra política é a relação da mesma com a idéia de polis. A polis entre os gregos era a cidade, o local onde a vida se construía, a juventude era educada para o conflito de ideias, a retórica era muito importante e para aqueles que tinham direito ao status de cidadão, a liberdade era total. 

Saber compreender e refutar pensamentos era algo grandioso desde a juventude.

Inicio por essas óbvias informações para questionar e perguntar por que ao longo de anos nossos jovens foram afastados das discussões políticas? Por que as pessoas de um modo geral associaram política a práticas duvidosas? Por que era interessante para uma parcela daqueles que ocupavam o poder a manutenção dos mesmos?

Por exemplo, imagine que dentro de sua própria casa um certo dia, você fosse interferir nas discussões entre seus filhos e percebesse que um deles sempre tentava antes de agir, pensar o seu ato, refletir sobre as conseqüências do mesmo para toda a família, esse filho sempre achava interessante que cada decisão fosse tomada com princípios e diálogo. Já o outro filho, bem mais competitivo e determinado, tinha como meta a satisfação dos seus interesses, independente das conseqüências, para ele o valor do ato, estava na realização de seus desejos, mesmo que isso significasse algo de equivocado para os entes da família.

Diante desta dualidade e respeitando as diferenças de cada um, você que é mãe ou pai, evitando tomar um óbvio partido, propõe um diálogo e resolve com seus filhos iniciar uma discussão familiar sobre atos e conseqüências, dando para cada filho a missão de estudar e pesquisar sobre ética, passando juntos a ver filmes, escutar músicas e conversar com pessoas sobre o assunto, teríamos aí uma rotina próxima entre os entes da família, as idéias seriam alimentadas ao invés de trabalhar apenas a opinião e o senso comum, induziria a todos da família a construir pensamentos.

A possibilidade que essa discussão terminasse na oposição de ética entre Aristóteles e Nicolau Maquiavel seria muito grande e a família em vez de ter um juiz, que sentenciasse quem estivesse certo lá no começo do debate, faria do paradoxo dos filhos, o início de uma linda caminhada pelas estradas da reflexão.

A política é dinâmica, quando fazemos dela um aliado para o bem comum e para o crescimento humano de cada um. Aristóteles já afirmava que “O homem é um animal político”, ou seja, a política é nossa natureza, fugir dela é fugir de nós mesmos, assim penso que o melhor é aprender a conviver com as ideias, é aprender a escutar para assim se fazer ouvido, é aprender a ceder, para assim se fazer valer, é aprender a olhar para assim se fazer visto.

De hoje em diante, estaremos aqui compartilhando de pensamentos, reflexões e sentimentos e esperamos muito em breve colaborar para uma cultura reflexiva, uma cultura de leitores, uma cultura de mulheres e homens ávidos pelo conhecimento e pelo diálogo. 

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