A Prefeitura Municipal de Piripiri nomeou no início de sua gestão, o advogado Nivaldo Ribeiro Filho, com o cargo de assessor jurídico. O assessor é filho do promotor de justiça da cidade, Nivaldo Ribeiro. Se por um lado essa indicação é para um cargo de confiança da prefeita Jôve Oliveira (PTB), para a população, a situação é exatamente oposta e causa desconforto e desconfiança no município.
Há poucos dias, na cidade de Floriano, um juiz determinou a liberdade do próprio filho preso horas antes por causar um acidente de transito enquanto dirigia alcoolizado. Os casos em si são bem distintos, mas a preocupação é a de que em Piripiri, o pai não apure todas as denúncias -- ou não o faça com 100% de isenção -- contra a gestão onde seu filho trabalha.
TRANSPARÊNCIA ZERO
Até aqui, parte da população de Piripiri não sabia que a prefeita Jôve havia contratado o filho do promotor da cidade para cuidar das defesas de sua gestão. A nomeação consta no Diário Dos Municípios, mas o Portal da Transparência de Piripiri está fora do ar há semanas.
Isso se dá, por acaso, exatamente no período em que acontecem o maior número de nomeações de gestões municipais que estão iniciando. Estranho?
O QUE DIZ NIVALDO, O PAI
Até que fosse procurado pelo Política Dinâmica o promotor Nivaldo Ribeiro não havia se pronunciado sobre a nomeação do filho para a assessoria jurídica de Jôve Oliveira. Mas respondeu às nossas perguntas na lata e sem papas na língua.
“Meu filho é concursado da Câmara Municipal de Piripiri. Não há nenhuma ilegalidade que impeça a ele de assumir o cargo público”, disse, numa forma de fazer entender que Nivaldo Filho não precisa do cargo na Prefeitura para se manter. O promotor fez questão de informar ao Política Dinâmica que o filho não tem envolvimento político, muito menos realizou campanha política para a prefeita Jôve.
JÔVE, CAMPEÃ EM DENÚNCIAS
Uma informação importante foi revelada pelo promotor. “Só para você ter uma ideia, eu já tenho 41 processos, somente de janeiro para cá, contra a Prefeitura de Piripiri. É mais que na gestão passada. Nada vai me impedir de realizar o meu trabalho. A caneta do promotor é para isso, eu vou é pra cima”, ressaltou, se referindo ao período em Luiz Meneses (PP) foi prefeito em comparação com Jôve, que está à frente da Prefeitura de Piripiri há 3 meses apenas.
Se é o promotor quem acusa e o assessor jurídico quem defende, seria o caso do pai estar "criando demandas" para o filho? Pelo que diz o pai, de jeito nenhum.
Mas questionar isso é um direito quando, por exemplo, existem denúncias sobre gastos milionários com assessorias diversas, dispensas de licitação e contratos que parecem fora de escala, como pagar R$ 400 mil reais a uma emissora de rádio (licitação aberta no último dia 6 de abril).
A falta do Portal da Transparência, citado no início desse texto, impede também que se acompanhe cortes de salários de servidores da Saúde, e a distribuição de vacinas a pessoas que não se sabe se são ou não servidores de fato.
Antes duvidar era um direito. Agora parece ser um dever de cada cidadão.
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