Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

O Estado brasileiro precisa hoje se reinventar. É o que afirma o senador Elmano Férrer (PMDB), em entrevista ao Política Dinâmica na manhã desta quarta-feira (26). Ele fala que os problemas não tem se resolvido em cenário de crise que paralisa melhorias.

“Defendo a reinvenção do Estado. O Estado que nós temos hoje não atende o que nós todos queremos, em vários aspectos. Os serviços públicos prestados pelo Estado brasileiro estão aquém do que nós queremos. Avançamos muito, conquistamos a democracia, mas persistimos em uma crise que ninguém quer”, declarou.

Apesar de ser correligionário do presidente Michel Temer (PMDB), Férrer não se furtou em fazer críticas e apontar soluções. A questão, segundo ele, seria maior que as disputas partidárias. Para o senador do Piauí, poucos tem se preocupado com o que realmente importa – os problemas de Segurança, na Educação, o desemprego, entre outros setores. Ele repercute números negativos em setores essenciais, como é o caso dos 14 milhões de desempregados atualmente. Já o número de pessoas pobres e abaixo da linha da pobreza somam 22 milhões, segundo dados da Fundação Getulio Vargas.

CRISE NO BRASIL CUSTA A SE RESOLVER

O que ele classificou como “crise profunda” é motivo de preocupação constante. A maior delas na avaliação do peemedebista é a crise política e seria solucionada com o encaminhamento das reformas que estão emperradas no Congresso.

“Nós estamos diante de uma grave crise nacional, crise política, institucional. Estamos pasmos diante do que está acontecendo. Eu sou favorável à apuração de todos os fatos. Nós vivemos ainda em uma democracia. (...) São questões maiores. Às vezes a gente se debruça muito sobre essas questões de eleição em cima de eleição e os problemas crescendo. Ninguém está se debruçando sobre a grave crise que vivemos hoje”, afirmou.

DESARRANJO ENTRE OS PODERES

O senador comenta ainda o cenário de instabilidade nos poderes. Para ele, há um desarranjo entre eles, que em essência são independentes, mas precisam estar afinados, em sintonia, para as coisas se desenvolvam a contento.

“A grande preocupação que eu tenho [é que os três poderes] são independentes, mas no momento atual está havendo uma desarmonia. Os poderes são independentes, mas devem ser harmônicos. Todos juntos são responsáveis pelo destino do país. Nós estamos em uma crise e tem que haver um entendimento. Não podemos quebrar a ordem democrática”, assinalou Férrer.