Deputados e vereadores falam sobre pedido de impeachment

por Francicleiton Cardoso e Marcos Melo

Deputados estaduais e vereadores da capital foram ouvidos hoje (03) sobre a aceitação do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). A maioria dos políticos afirmou que o pedido precisa ser melhor apreciado e que Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal, não estaria com tanta credibilidade para comandar um processo como esse.

Na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) há deputados que defendem a presidenta, há aqueles que dizem esperar no processo democrático e há ainda os que desejam que o impeachment aconteçam o quanto antes. Acompanhe:

João de Deus (PT)

Líder do governo na Alepi, o deputado João de Deus acredita que Cunha agiu com retaliação e disse que PT entende pedido como descabido.

“É um pedido descabido, essa é a avaliação que temos. Não temos reunião local ainda, mas a bancada do PT se posicionou correta pela investigação do Cunha, e ele, em retaliação, colocou a questão do impeachment. Mas ele apresentou e a presidenta vai se defender. Agora não dá é para continuar com essa briga”, afirmou.

Robert Rios (PDT)

Ferrenho crítico do governo do PT, o deputado Robert Rios afirmou que o processo de impeachment tem que acontecer com celeridade e que a sociedade aguarda a saída da presidenta.

“A legislação brasileira prevê que o presidente da Câmara deve apresentar o pedido de impeachment. Com moral ou sem moral, o Eduardo Cunha é o presidente. Além disso, a maioria dos brasileiros também não quer mais a Dilma. Então, quanto mais rápido for esse processo, melhor para o país. Mas não é só tirar a Dilma. É preciso tirar a Dilma, o Cunha e o Renan. Esses três chefes de poderes estão apodrecidos. Nenhum dos três têm mais crédito para permanecer nesses cargos no Brasil”, argumentou.

Dr. Pessoa (PSD)

O deputado Dr. Pessoa fez críticas ao deputado Eduardo Cunha, mas também disse concordar com o pedido de impeachment, desde que seja para satisfazer a vontade da maioria dos brasileiros.

“A presidente deveria ver que tem muita gente que não quer mais ela no poder, ela poderia mesmo pedir para sair. Mas o Eduardo Cunha, ele não tem moral para fazer esse processo. É uma situação difícil também sobre quem vai assumir se Dilma sair”, colocou.

Cícero Magalhães (PT)

O deputado também petista Cícero Magalhães fez mais críticas ao deputado Eduardo Cunha e afirmou que ele agiu por vingança, fazendo o pedido só agora.

“Eu não vejo isso com naturalidade, acho que falta credibilidade, decência e honestidade no presidente da Câmara para poder, de uma forma vingativa, pedir o impeachment da presidenta. Quem tá sendo investigado por roubo e propina é ele e não ela. Ele poderia ter pedido lá atrás, mas agora, falta credibilidade. Ele fez por vingança e má fé”, afirmou.

João Mádinson (PMDB)

Para o deputado João Mádinson, o problema econômico brasileiro tem gerado insatisfação na maioria da população, que cobra a saída da presidenta. Ele acredita que é a população que vai definir esse impasse.

“O país está pagando um preço muito alto. A economia meio que parou e a população está revoltada e não está mais aguentando. A recessão chegou à porta. A população é que vai definir esse impeachment. É preciso ter controle e credibilidade, eu sei que ela foi eleita, mas já se passou um ano e a economia continua piorando. Precisamos que a economia volte a crescer. Temos que buscar uma saída que seja legítima”, colocou.

Vereadores

Rosário Bezerra (PT)

A vereadora Rozário Bezerra defendeu a presidenta e disse que não há provas que levem ao impeachment. Ela também usou o argumento de que Eduardo Cunha aceitou o pedido como revanche.

“A nossa presidenta não tem até agora, nada que lhe desabone; o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ao contrário, abriu o processo de impeachment como posição de revanche. É réu confesso, não tem moral, nem ética para abrir um processo desses. A nossa presidente é uma guerreira e tem vencido tudo com honra”, afirmou.

Paulo Roberto (PTB)

O vereador Paulo Roberto da Iluminação falou sobre entendimento e disse que é preciso mais cuidado ao tratar do tema. Ele defende que é preciso cautela na decisão.

“Temos que avaliar bem isso e ter muita cautela, porque nós estamos em um país que está em crise e isso pode tumultuar ainda mais a situação. É um momento de entendimento para tentarmos melhorar a situação do país”, argumentou.

Ricardo Bandeira (PSDC)

Ricardo Bandeira, do PSDC, disse que o pedido tomou todos de surpresa e como uma bomba. “Pegou todo mundo de surpresa, no fim do ano. Foi uma notícia que surgiu como uma bomba. É muito sério, precisa ser avaliado. É preciso saber exatamente o que diz esse pedido para dar uma opinião mais justa. Não é ficar em cima do muro, é preciso entender melhor”, colocou.

Dudu (PT)

O vereador Edilberto Borges, o Dudu, afirmou que foi um ato “descabido” o do presidente Eduardo Cunha. Ele defendeu a presidenta e disse que o PT está seguro, acima de tudo.

“Foi um ato descabido e cronologicamente pensado. Quando foi votado ontem o pedido de vistas dos ajustes fiscais, logo em seguida, o presidente Eduardo Cunha percebeu que tinha perdido e colocou logo na pauta o pedido de impeachment. Foi uma jogada midiática que é danoso para o país. Ele também quis atacar o PT, mas o PT está seguro”, afirmou. 

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