Como já se sabe, a Operação Topique teve início numa denúncia feita por um vereador de Campo Maior, em 2013. E pelo menos desde 2015, o governador Wellington Dias (PT) e a ex-secretária de Educação Rejane Dias (PT) sabiam que a empresa LOCAR Transportes era investigada pela Polícia Federal. Mesmo assim, a empresa se tornou a campeã de licitações e pagamentos dentro das gestões dos petistas.
Se desvios de recursos aconteceram nos últimos anos, o governador Wellington Dias já poderia desconfiar desde 2015, no mínimo. Já no seu primeiro mês de gestão, a presidente da Junta Comercial do Piauí, Alzenir Porto recebeu da Polícia Federal um ofício solicitando informações da LOCAR Transportes. Alzenir demorou mais de dois meses para responder e encaminhar os documentos da empresa à PF.
Certamente não há de se pensar que ela não tenha comunicado o fato ao governador Wellington Dias. Mesmo com a empresa sob suspeitas e vigilância da PF, o governo — dentro e fora da SEDUC de Rejane Dias — se manteve contratando aluguel de veículos com a LOCAR.
Um outro indício forte de que os pregões do Estado eram direcionados para a empresa foi logo a primeira licitação de 2015, o Pregão Presencial Nº 01/2015. A Procuradoria-Geral do Estado recomendou aos gestores da SEDUC que fizessem um pregão eletrônico, abrindo a possibilidade de concorrência ampla e, claro, maior possibilidade de preços mais baratos.
Helder Jacobina (então superintendente de Gestão) e o Tenente-coronel Ronald Moura forçaram argumentos contra a recomendação da própria PGE para a realização do pregão presencial. Todas as empresas vencedoras desse pregão são investigadas pela PF e fazem parte do esquema da LOCAR Transportes.
Será tudo mera coincidência?
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