A POSTURA DO “PREFIRO NÃO COMENTAR”

Lideranças procuram, a todo custo, deixar tratativas fora dos holofotes (Foto/Montagem: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

Lideranças políticas têm adotado a postura do “prefiro não comentar”, expressão famosa de um programa humorístico da televisão, mas que vem a calhar para este ano pré-eleitoral. À revelia das conversas de bastidores que dão conta da movimentação de todos os políticos que buscam a reeleição – e não são poucos – a maioria prefere adotar uma postura cautelosa.

O governador Wellington Dias (PT), por exemplo, não comenta a reforma político-administrativa em curso. Quando questionado pela imprensa sobre a demora em anunciar o novo arranjo, ele se apressa em dizer que “nunca marcou prazos” e que irá comunicar a imprensa de qualquer decisão.

Outra motivação para não comentar os acordos é a impressão negativa que esse cenário acaba transmitindo à opinião pública. Diante da declaração do ex-deputado Flávio Nogueira, presidente estadual do PDT, declarando apoio à reeleição de Dias, o petista comentou:

“Eu sou grato ao grande parceiro, deputado Flávio Nogueira. É um líder importantíssimo, respeitado no Brasil e no Piauí, com quem tive o privilégio de lidar e trabalhar. Primeiro no meu partido, depois no PDT. O que tenho dito pra o deputado Flávio Nogueira e pra todos [é] vamos deixar 18 pra 18 e vamos trabalhar o 17. Tem muitas coisas que a população precisa e acho que juntos a gente pode fazer ainda mais, em um ano que não tem o tensionamento da eleição”, disse.

O deputado estadual Severo Eulálio também quer evitar barulho na imprensa. Ele declarou recentemente que as tratativas entre o governo e o partido, bem como as divergências internas do PMDB, não deveriam ser tratadas de forma pública.

O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, é outro que prefere não comentar. Na última semana, o PP declinou e disse que não queria mais cargos no governo.

“A população não quer saber se partido esse ou aquele tem cargo, quer saber que as pessoas possam resolver os seus problemas e que a saúde possa prestar uma boa assistência, que as pessoas possam se locomover. Acho que a população não vê com bons olhos essa situação de troca de cargos por apoio político. Por isso que o partido hoje diz logo que não quer mais cargos. Não precisamos pra apoiar governo”, observou Nogueira.

Postura salutar para o desenvolvimento de seus projetos políticos, o que se observa é uma luta constante das lideranças para estar fora dos holofotes no que diz respeito às negociações feitas. Todos têm tentado passar a ideia de que 2017 é ano tão somente para trabalhar as necessidades da população. Aguardamos.

Comente aqui