O líder do Governo na Câmara de Teresina, Antonio José Lira (Republicanos), voltou a abusar do sincericídio e aproveitou para "dar a letra" ao prefeito da capital, Doutor Pessoa (Republicanos). 

"Se ele [Pessoa] é candidato e competitivo para a gente ganhar a eleição [de 2024], nós temos que ter a garantia da candidatura [à reeleição], não da vontade dele, mas de uma segurança partidária. Na minha opinião, agora, o grande comandante é o prefeito Doutor Pessoa. Você não pode estar numa candidatura em que a decisão de você ser candidato ou não esteja nas mãos de quem é aliado ao governo [do Estado]", disse o vereador em entrevista à imprensa, nesta terça-feira, 05, no parlamento municipal.

Lira tratava da mudança de rumos do Republicanos-PI, que saiu, na semana passada, do controle do prefeito e passou para as mãos do deputado federal Jadyel Alencar (ainda no PV). 

Acredita quem quer

Jadyel foi falar que a sigla seguirá, em âmbito estadual,  as diretrizes da coalizão ligada ao governador Rafaela Fonteles (PT) e que na esfera municipal permanecerá com Doutor Pessoa. Besta é quem acredita… Estruturar a reeleição com apenas uma banda do partido?

Cilada

É uma equação que não bate, por isso mesmo Antonio José Lira, matemático, já antecipou que vai pular fora do barco e tentar fisgar uma vaga de titular no legislativo teresinense representando outra agremiação. Ele não revelou para onde pretende ir, mas, em tom de descontração, afirmou que vai passar longe do espaço que acomodará os bons de voto. 

"Eu vou fazer parte dos partidos dos 'bodins', porque eu não tenho tanto espaço na prefeitura [...]. Tenho aquele voto que é o difícil, é o consciente, não tenho aquele voto da estrutura, essa é que é a realidade", afirmou o vereador. 

Abre os olhos, prefeito

Claro que Lira já abriu os olhos do prefeito da capital, que, se for inteligente, não vai pensar duas vezes em acompanhar os passos do aliado.

"Se eu fosse candidato majoritário e a decisão de eu ser candidato tivesse nas mãos de quem é ligado a um adversário meu, eu iria confiar?", questionou, com razão, Lira.