Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

O PSB Piauí se reuniu na manhã da segunda-feira (21) com lideranças para discutir os rumos do partido, já iniciando uma agenda para 2018. A reportagem do Política Dinâmica entrevistou o deputado estadual Rubem Martins (PSB) sobre os caminhos e desafios do PSB em meio às divergências internas que o partido apresenta nacionalmente.

Essas divergências trazem implicações internas também no Piauí. Os deputados federais Heráclito Fortes e Átila Lira estão entre os dissidentes, que não seguiram a orientação do partido. Embora não confirmada pelos dois, existe a possibilidade de que eles deixem o PSB em breve.

Rubem Martins afirmou que houve uma “trepidação” na relação entre a executiva nacional e os parlamentares que se rebelaram contra a decisão, fechada pelo PSB, de votar contra o presidente Michel Temer (PMDB) em algumas questões. “Pelo andar da carruagem já está sendo acomodada essa situação [com a reunião do diretório nacional”, disse.

O parlamentar avaliou ainda o contexto mais particular dos deputados estaduais da legenda.

“O PSB a nível estadual está conciso, seguro. (...) Aqui no estado do Piauí nós não temos nenhuma dificuldade. Os parlamentares são três, estamos levantando a bandeira da oposição com muita segurança. A nível federal tem uma discussão muito grande, onde tem algumas divergências”, explicou Rubem.

Para ele, o choque de ideias em uma agremiação partidária composta por várias pessoas é, de certo modo, natural. “Nós entendemos e acreditamos que o consenso vai reinar e que o partido vai seguir coeso”, assinalou.

PROBLEMA GENERALIZADO
O presidente do diretório municipal do PSB Messias Júnior afirmou que as divergências observadas dentro do PSB são um problema generalizado. “O Brasil todo passa por problemas nas suas organizações partidárias. Está todo mundo esperando a reforma política pra se definir melhor. O sistema brasileiro como um todo foi distorcido. O que eu acho que está acontecendo é um realinhamento político. Quem não concorda com o que está acontecendo vai sair do partido”, declarou.

Ele avaliou ainda que o partido não vive uma crise de divisão interna.

“Nós estamos caminhando para a unidade. O PSB não tem crise no que diz respeito ao partido. O que existe é uma disputa de espaço por algumas pessoas que vieram para o partido em um momento que a gente tinha um candidato competitivo para a presidência da República, que era o Eduardo Campos, e que estão teimando em divergir com algumas posições do partido”, afirmou.