ELMANO PERMANECE NO PTB, MAS AVALIA OUTROS PARTIDOS

Permanência de Elmano no PTB é incerta, pois outros partidos têm abordado o senador (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com

Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

Há um tempo, especulações sobre a saída do senador Elmano Férrer do PTB são feitas, mas segundo o parlamentar elas são infundadas. Ele explica que ao assumir a presidência do partido no estado, para cobrir o final do mandato do senador João Vicente (PTB), já tinha um prazo para sua saída e que manifestou o desejo de não continuar no cargo, desde o princípio de sua estadia como presidente.

“Processo normalíssimo, houve a transferência, a escolha do meu sucessor. Através de um entendimento na presidência da comissão provisória nacional, optou-se pelo Paes Landim, por que ele é o deputado federal mais antigo do partido, em âmbito nacional, e no estado do Piauí com oito mandatos. Este foi o critério adotado pela presidência e pela direção nacional do partido. Não foi nenhum problema com o deputado federal Fábio Abreu, que tem dois anos de filiação ao partido”, diz.

Elmano Férrer afirma que as especulações feitas sobre sua saída do PTB são em decorrência dos convites que vem recebendo desde que assumiu seu mandato, em janeiro de 2015. O parlamentar já foi abordado pelo PMDB, PSD, PP, entre outros partidos que não chegou a mencionar. “É natural, eu e muitos outros senadores somos abordados, em função de uma nova configuração partidária, que vai entrar em discussão agora”, esclarece.

Para o senador, “é humanamente impossível” conviver com 35 partidos registrados em um país com regime presidencialista como o Brasil. Segundo ele, já existe uma fila grande de partidos que desejam juntar-se a este número de partidos. “Acredito que teremos uma nova ordem político-partidária e vai ser o momento de um novo quadro partidário no Brasil e poderei fazer as opções necessárias. Mas, no momento, estou no PTB, claro, analisando os aspectos políticos”, afirma o senador.

POLÍCIA DO SENADO FAVORECE ALVOS DA LAVA JATO?

No meio da polêmica em que um servidor delatou uso ilegal da Polícia do Senado contra a Lava Jato, Elmano diz que tomou conhecimento do fato ontem, por meio da imprensa. Quando questionado se há um favorecimento dos parlamentares, como o senador Renan Calheiros, através desse departamento de polícia, o senador fala apenas que não pode comentar as acusações. “Não vou me manifestar sobre um assunto que não tenho conhecimento ainda”, diz, meio sem graça, o senador.

Senador Elmano Férrer preferiu não se pronunciar sobre esquema de favorecimentos na Polícia do Senado (Foto: J. Mourão/ASCOM Elmano Férrer)

GOVERNO TEMER

Em meio à polêmicas medidas adotadas pelo governo Temer, a opinião pública divide-se mais uma vez. O presidente assumiu em meio a uma profunda crise econômica e política e os ajustes austeros na economia deixam grande parcela da população insatisfeita.

Para o senador Elmano Férrer (PTB), que votou contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em maio deste ano, o presidente Michel Temer (PMDB) “está procurando tocar as coisas dentro da ordem jurídica que está sendo respeitada, uma ordem constitucional”. O senador considera que Temer está trabalhando, apesar das dificuldades impostas pelo seu governo.

“Ele está buscando, através de uma equipe econômica muito competente, superar os graves problemas econômicos que temos. Daí essas medidas polêmicas já estão postas e encaminhadas ao Congresso Nacional. Com todas as condições adversas que o momento determina, está procurando superar essas questões”, afirma o senador.

REFORMA POLÍTICA

“Ou nós fazemos ou não continuamos na política”, diz Elmano sobre a reforma política. Para o senador, já existe consenso com relação às coligações partidárias, com relação à proliferação do grande número de partidos.

Entre as pautas de discussão, o senador acredita que serão discutidas a coincidência das eleições para realização de eleições gerais. Entram na pauta também o instituto da reeleição e outras questões consensuais. “Se houver grandes divergências, talvez o momento não permita fazer as modificações necessárias. Entretanto, deputados federais e senadores convergem em uns cinco pontos. A discussão está começando agora”, esclarece.

O senador comenta, ainda, o projeto de lei do senador Ricardo Ferraço (PSDB), que propõe a extinção das coligações proporcionais de uma parte, e de outra estabelece critérios de desempenho do partido, ou seja, estabelece o mínimo de votos válidos em catorze estados. “Só essas duas coisas já permitem a redução dos partidos políticos para oito, desses 35 existentes”, defende o senador.

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