Imagine o poder de um capitão da Polícia Militar que é deputado federal e, também secretário de Estado da Segurança Pública. Imagine o poder de intimidação que alguém com esse poder pode ter sozinha. Imagine, então, se essa pessoa resolve utilizar não só a sua influência pessoal, mas também sua estatura política e seu comando hierárquico para calar alguém.
Você acabou de visualizar o perfil do capitão Fábio Abreu, segundo denúncia do jornalista Petrus Evelin, criador da página O Piauiense.
Há dois anos, Evelin tem sido investigado e processado e se diz vítima exatamente dessa mistura de poderes executivo, legislativo e paralelo.
O trabalho de Petrus é recheado de críticas a dezenas de políticos do Piauí, que vão desde o prefeito de Teresina Firmino Filho (PSDB) até o governador Wellington Dias (PT) passando pelo senador Ciro Nogueira (PP). É possível até discordar do que Petrus escreve, mas não se pode negar a coragem de dizer. Muito menos o direito a isso.
Fábio Abreu parece não ter aguentado ver e ouvir um jornalista que discorda dos elogios matinais e vespertinos diários feitos a ele. "Meu crime: fiz críticas à sua gestão, fiz críticas à segurança pública do Piauí", comenta em vídeo disponível em suas redes sociais.
Desde 2018, Petrus Evelin tem sido investigado pelo Greco. E processado por ter falado o que Fábio Abreu não gostou.
"Fábio Abreu havia, inicialmente, processado o Facebook (processo nº 0812446-65.2018.8.18.0140) para obter informações sobre os autores da página O Piauiense. Paralelamente ao seu processo, no entanto, ele ordenou que a Delegacia do Crime Organizado abrisse uma investigação criminal por conta das críticas que eram feitas à Segurança Pública do Estado do Piauí", revela Petrus em uma de suas postagens.
Em seu post mais recente no perfil de O Piauiense no Instagram, Petrus desafiou Fábio Abreu a negar que tenha utilizado o aparato policial do Estado para intimidá-lo. "E desafio a provar que as informações publicadas são fake news", finalizou.
O Política Dinâmica está acompanhando o caso e questionou o deputado Fábio Abreu sobre o assunto. Até a publicação desta matéria, ainda não havíamos recebido resposta. O espaço está aberto.
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