Por Gustavo Almeida

Uma manifestação na manhã desta terça-feira (11) reuniu dezenas de vaqueiros, políticos e empresários do setor das vaquejadas no Piauí. O evento protestou contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou à atividade inconstitucional no Ceará. O deputado estadual e cantor de forró Francis Lopes (PRP) cantou em defesa da prática.

Após a cantoria, ele afirmou que ao invés de se preocuparem com a vaquejada as autoridades deviam olhar para os graves problemas da educação no Brasil. O deputado destacou que apoia a causa devido às famílias que vivem da atividade. Ele disse que o STF deve se embasar pelo sentimento popular que toma conta da maioria dos nordestinos.

A deputada estadual e secretária de infraestrutura Janaína Marques (PTB) participou do ato montada em um cavalo. Segundo ela, além de afetar a cultura do Nordeste, a decisão tomada pelo Supremo prejudica a economia dos estados nordestinos. Ela criticou a acusação de maus tratos aos animais e chegou a afirmar que esportes tradicionais também deveriam acabar sob essa alegação.

“Se formos ver a questão da violência, o boxe, a luta livre e o judô deveriam acabar, pois são com seres humanos. Na vaquejada temos veterinários que cuidam dos animais e temos toda uma estruturada de cuidado com a vida dos bichos e das pessoas. A vaquejada é uma marca do nosso povo e nós lamentamos uma situação como essa”, falou.

O vereador de Teresina, Samuel Silveira (PSDB), foi um dos líderes da manifestação. “Nós estamos colocando nossa insatisfação com essa decisão. É um grito contra esse ato preconceituoso. Hoje existe o regulamento que preza pelo bem estar animal, com protetor de cauda. Abater a vaquejada é dar um tiro no coração do Nordeste”, desabafou.

Também estiveram presentes em defesa da vaquejada os deputados Edson Ferreira e Antônio Félix. O ato terminou em frente à Assembleia Legislativa do Piauí.

Entidades de proteção ao animais em todo o país defendem o fim da atividade por considerar que a prática maltrata os bichos utilizados. A ação que resultou na proibição no Ceará foi movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e abre jurisprudência para que a vaquejada também seja vetada em outros estados.