DECISÃO DE MARCELO CASTRO CRIA MAL-ESTAR NO PMDB

por Lídia Brito

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, foi reconduzido na manhã desta segunda- feira (28) à presidência do PMDB do Piauí. A manobra do ministro é uma tentativa do Governo Federal de garantir cada voto que possa evitar a saída do partido da base da presidente Dilma Rousseff. 

Marcelo quer participar da reunião do PMDB nacional como presidente e ministro porque assim ele terá dois votos. É o chamado voto qualificado. Ele votará duas vezes.

O governo da presidente Dilma conta com isso para conseguir manter o PMDB na base. A atitude de Marcelo Castro causou um mal-estar no partido. Era visível o constrangimento na legenda.

Fotos: Jailson Soares/Política Dinâmica

O líder do PMDB na Assembleia, João Madison, não escondeu o posicionamento contrário à atitude de Marcelo. "Vamos acatar porque ele é presidente. É direito dele! Mas defendemos que o PMDB fique livre do governo para votar como quiser. Acredito que essa atitude do Marcelo não muda nada. O PMDB tem que ouvir as ruas", disse.

A  reação do partido mostra que Marcelo Castro é voz isolada no Piauí. Enquanto todo o diretório do Piauí caminha contra o governo, Marcelo insiste em se manter como ministro de Dilma. 

PIAUÍ TEM TRÊS VOTOS 

O PMDB do Piauí tem direito a três votos. Além de Marcelo, votam também o ex-ministro João Henrique, que estava como presidente, e o presidente da Assembleia, Themístocles Filho. Esse dois votam com Michel Temer e contra Dilma.

Fotos: Jailson Soares/Política Dinâmica

O ex-ministro João Henrique evitou bater de frente com Marcelo Castro e usou um discurso mais conciliador. "O Marcelo tem o direito dele de voltar. Ele aposta no voto qualificado. Mas acreditamos que isso não muda muito a situação", comentou.

O presidente da Assembleia, deputado Themístocles Filho, também participou da reunião. O deputado minimizou o impacto da atitude de Marcelo Castro. Segundo ele, o PMDB deverá sair do governo da presidente Dilma. 

“O mais importante para quem deseja que a presidente fique ou saia não é na reunião de amanhã, mas será depois no plenário da Câmara. É lá que os deputados e deputadas votam. Para ela permanecer precisa de 171 votos para sair tem que ter 342 votos. Entendemos assim porque um ministro do PMDB pode continuar no ministério se quiser e ao mesmo tempo permanecer no PMDB. Se for expulso do PMDB vai se abrigar em outra legenda. Então, trabalho deve ser no plenário com os deputados federais. O PMDB já mostrou no Brasil todo que deve sair do governo”, afirmou Themístocles.

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