COM AVANÇO DE INQUÉRITO, TEMER CANCELA VIAGEM

Investigação da PF bate as portas do presidente (Foto: Givaldo Barbosa/Agência O Globo)

O presidente Michel Temer cancelou a viagem que faria pelo Sudeste Asiático a partir de 5 de maio. A desistência ocorre no momento em que as investigações do inquérito que apura supostas irregularidades em um decreto sobre regras para o setor portuário alcança familiares dele. Nesta semana, a filha de Temer, Maristela, prestará depoimento à Polícia Federal.

Segundo integrantes do Palácio do Planalto, o presidente decidiu ficar no país em razão da “importância de votações e decisões tomadas nos próximos dias”. O governo tem que votar e sancionar antes do dia 8 um projeto de lei que permite a liberação de R$ 1,16 bilhões no Orçamento do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para cobrir calote da Venezuela e de Moçambique ao Brasil.

Essa é a segunda vez que a viagem é cancelada. Em janeiro, Temer suspendeu a ida à Ásia por problemas de saúde. A visita havia sido remarcada, então, para maio. 

VOLTA ANTECIPADA A BRASÍLIA
O embarque do presidente estava marcado para o dia 5, e a volta, para o dia 14. O foco da viagem era a abertura do mercado para exportações brasileiras. Além de desistir da visita à Ásia, o presidente também antecipou seu retorno a Brasília para a noite deste domingo. Segundo o governo, o intuito era permitir que Temer participasse pessoalmente da articulação para aprovar o projeto de lei capaz de cobrir o calote da Venezuela e Moçambique.

Com agenda cheia de eventos públicos durante o final de semana e o feriado, Temer só retornaria à capital na terça-feira, mas acabou optando por cancelar um compromisso que teria nesta segunda-feira em Ribeirão Preto (SP).

Temer foi pego de surpresa com a informação sobre o calote dos países, que não pagarão suas dívidas com bancos e, por conta disso, poderiam deixar o Brasil inadimplente, já que o país é uma espécie de fiador dessas operações. O presidente foi avisado nesta semana pelo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, de que as dívidas não seriam pagas.

O cancelamento da viagem de Temer desobriga os presidentes da Câmara e do Senado de saírem do país, como ocorreu este mês. Candidatos, Maia e Eunício tiveram que viajar para não assumir a Presidência na ausência de Temer, o que os deixaria inaptos para disputar a eleição.

Fonte: O Globo

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