Representantes de movimentos sociais, juristas e parlamentares da oposição apresentaram ontem (8) o terceiro pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer. Ao todo, 19 entidades assinam o documento baseado em suposto crime comum e de responsabilidade que teria sido cometido pelo presidente e protocolaram o pedido à Secretaria Geral da Mesa da Câmara. De acordo com o documento, Temer teria exercido pressão sobre o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, para viabilizar autorização do IPHAN, órgão subordinado ao ministério da Cultura, na construção de empreendimento imobiliário em Salvador, a pedido do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

Para o presidente da CUT, Wagner Freitas, Temer patrocinou interesses particulares ao apoiar interesses ilegais de Geddel. "O Brasil tem que ter lei, tem que cumprir a lei e o presidente da República tem que ser o primeiro a cumprir a lei. E ele foi indecoroso na ação de presidente da República", disse.

A vice-líder do PT, Maria do Rosário (RS), afirmou que Temer utilizou o cargo para interesse privado. "O episódio envolvendo o apartamento de luxo do Geddel Vieira Lima marca a existência desses crimes como concussão e advocacia administrativa. Isso foi devidamente fundamentado e muito diferente do período anterior quando a presidenta Dilma não tinha cometido crime de interesse pessoal, nem nenhum tipo de crime, e foi 'impeachmada', agora existem crimes e esperamos que essa casa possa avaliar", declarou.

O líder do Democratas, deputado Pauderney Avelino (AM), afirmou que o impeachment de Temer não passará.

"Essa questão do impeachment do presidente Temer, a oposição que fala tanto em golpe, agora está querendo o impeachment por um golpe, que segundo a definição deles é. Eu entendo que não prospera, não prosperará, dificilmente os deputados que compõem a base do governo do presidente Temer vão se dispor a indicar para compor essa comissão", afirmou.

O pedido é protocolado na Câmara dos Deputados e é preciso que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aceite o pedido para dar início a um processo. Na última terça (6), o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello pediu explicações à Câmara dos Deputados sobre a demora na instalação de comissão para analisar outro pedido de impeachment de Temer. Maia afirmou que cabe apenas aos líderes a indicação de integrantes do colegiado que, atualmente, tem apenas 16 dos 66 membros titulares.

Fonte: Agência Câmara Notícias