MP responde de forma corajosa, diz Janot

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta segunda-feira (27), sem citar diretamente a Operação Lava Jato, que o Ministério Público vive um “momento ímpar”, atua de forma “responsável” e “responde a provocações institucionais de forma corajosa”.

As declarações foram dadas durante debate com outros três candidatos ao cargo de procurador-geral promovido pela Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), pela Associação dos Membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e pela Associação Nacional do Ministério Público Militar. Além de Janot, candidato à recondução, disputam o posto os subprocuradores-gerais Carlos Frederico Santos, Raquel Dodge e Mário Bonsaglia.

A atuação de Janot nas investigações da Operação Lava Jato vêm sendo alvo de críticas de políticos, que afirmam que o Ministério Público extrapola a lei em determinados momentos dos trabalhos de apuração de denúncias. Políticos com foro privilegiado, entre os quais os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), são alvos de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), por suposto envolvimento no escândalo de pagamento de propina em contratos com a estatal.

“O momento que vive o Ministério Público é impar. A instituição como um todo está sendo chamada a dizer para o que veio e está, de maneira muito propositiva, tranquila, serena, responsável e profissional, atuando e dando a resposta que todos esperam”, disse Janot no discurso de abertura do debate.

De acordo com o procurador, o Ministério Público está sob a luz da “ribalta”. “Isso importa para que tenhamos a consciência da responsabilidade do momento histórico. O Ministério Público responde a suas provocações institucionais de forma corajosa, autônoma, independente e responsável.”

O mandato de dois anos de Janot como procurador-geral termina em 17 de setembro deste ano. No dia cinco de agosto, os integrantes do Ministério Público elegem uma lista tríplice de candidatos ao cargo.

Após a elaboração da lista, a presidente da República, Dilma Rousseff escolherá quem irá chefiar o Ministério Público pelos próximos dois anos. Ela não precisa se ater à lista, mas tradicionalmente é escolhido o mais votado pela categoria. A decisão sobre a escolha do procurador-geral ocorre em momento delicado, em meio ao trabalho de investigação do esquema de corrupção na Petrobras.

Fonte: G1.

Comente aqui