DILMA NÃO DESCARTA SER CANDIDATA

A ex-presidente Dilma Rousseff em entrevista à AFP (Foto: Evaristo Sá / AFP)

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou, na tarde desta sexta-feira, que poderá se candidatar à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Embora tenha sido afastada do seu mandato em agosto do ano passado, Dilma não perdeu os direitos políticos para ocupar cargos públicos, e pode, portanto, ser candidata a cargos eletivos. Em suas redes sociais, mantém a frase "presidenta eleita do Brasil".

“ Eu não serei candidata a presidente da República, se é essa a sua pergunta. Agora, atividade política, nunca vou deixar de fazer (...). Eu não afasto a possibilidade de eu me candidatar para esse tipo de cargo: senadora, deputada, esses cargos”, disse.

Dilma diz não guardar rancores pessoais nem mesmo de seus detratores, como o ex-deputado Eduardo Cunha, responsável por comandar o processo de impeachment da ex-presidente na Câmara. Ela disse que conserva a mesma atitude em relação aos seus algozes que a torturam no período da ditadura militar (1964-1985).

“Eu não tenho em relação ao Eduardo Cunha nenhum sentimento de vingança ou qualquer coisa que o valha. Eu não tive em relação ao torturador. Não dou luxo para torturador de ter ódio de torturador, nem tampouco para o Eduardo Cunha”, declarou.

Dilma demonstrou irritação ao ser questionada sobre o escândalo de corrupção da Petrobras. Em troca de contratos com a estatal, um cartel de empreiteiras superfaturava preços de licitações e pagava propina a agentes públicos e partidos políticos para financiar campanhas eleitorais.

“Os processos são extremamente complicados (...). Ninguém no Brasil sabe de todos os processos de corrupção hoje”, afirmou.

Dilma disse que continua analisando os documentos do processo que a retirou do poder, substituindo-a por seu vice, Michel Temer, a quem voltou a acusar novamente de líder de um "golpe parlamentar".

“As pedras de Brasília e as emas da Alvorada sabiam que eles estavam inventando um motivo para me afastar”, afirmou a ex-presidente, em alusão aos animais que vivem nos jardins do Palácio da Alvorada.

Ela também comentou o resultado das pesquisas eleitorais recentes que projetam o ex-presidente Lula em primeiro lugar em todos os cenários eleitorais para 2018. Dilma disse que há um "segundo golpe" em andamento: criminalizar Lula para impedir que ele seja candidato.

“Apesar de todo o processo de tentativa de destruição da personalidade, da história e tudo, o Lula continua em primeiro lugar, continua sendo espontaneamente o mais votado”, disse.

FONTE: O GLOBO

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