Delatores depõem em ação em que Duque e Vaccari são réus

Dois dos principais delatores da Operação Lava Jato depõem nesta terça-feira (30), como testemunhas de acusação em um dos processos movidos pelo Ministério Público Federal contra o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e o tesoureiro afastado do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto. O empresário Júlio Camargo e o ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco serão ouvidos a partir das 14h pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações.

Neste processo, Duque e Vaccari são acusados por 24 atos de lavagem de dinheiro, que totalizam R$ 2,3 milhões. Além deles, o executivo do grupo Setal Augusto Mendonça Neto também figura como réu na ação, respondendo pelos mesmos crimes. Enquanto Duque e Vaccari estão presos em Curitiba, o executivo foi posto em liberdade, após assinar um acordo de delação premiada com a Justiça.

Boa parte dos atos relacionados à corrupção na Petrobras foram baseados nos relatos das duas testemunhas que serão ouvidas nesta terça-feira. Júlio Camargo, que atuava como representante da construtora Toyo Setal, disse à Justiça, entre outras coisas, como funcionava o chamado clube de empreiteiras, o qual combinava preços para participar de licitações com a Petrobras.

Já Pedro Barusco, que foi subordinado de Renato Duque na Petrobras, explicou como funcionava a divisão da propina recebida pelos funcionários do alto escalão da estatal. Além disso, no acordo de delação que promoveu com a Justiça, ele se comprometendo a devolver US$ 97 milhões. Desse total, a maior parte já foi repatriada.

O ex-gerente de Serviços também prestou um dos pricnipais depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os desvios na Petrobras. Em março deste ano, Barusco, que era funcionário de carreira da Petrobras, afirmou que recebeu propina pela primeira vez ainda durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Mas, segundo ele, a prática só se tornou "institucional", nos governos petistas.

“Bom, como faz parte do meu termo de colaboração, iniciei a propina em 97, 98, foi uma iniciativa pessoal minha, junto com o representante da empresa. Descrevo no meu depoimento essa trajetória e vou reiterar. Mas, de uma forma mais ampla, em contato com outras pessoas da Petrobras, mais institucionalizada, foi a partir de 2003 ou 2004”, afirmou o ex-gerente.

Barusco fala hoje com a Justiça (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Fonte: G1

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