CPI da Petrobras adia acareação entre Youssef e Costa

O presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), informou nesta quinta-feira (25) que a acareação prevista para a próxima terça-feira (30) entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa será adiada. A Justiça Federal informou que não poderá liberá-los neste dia porque ele irão participar de audiências. Uma nova data ainda será marcada.

“Pretendo resolver as datas ainda nesta sexta”, disse Motta. Pelo mesmo motivo também terão que ser remarcadas as acareações na CPI entre o ex-gerente de Serviços Pedro Barusco e o ex-diretor de Serviços Renato Duque, prevista para 7 de julho, e entre Pedro Barusco e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, agendada para 14 de julho.

Segundo Motta, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava Jato na primeira instância, comunicou à comissão que os investigados “não estão liberados” para o dia 30 por conta da agenda de audiências relacionadas à operação.

Tanto Costa quanto Youssef firmaram acordo de delação premiada na Justiça para contar o que sabem do esquema de corrupção na Petrobras. Eles foram presos na operação, mas Costa foi liberado para cumprir em regime aberto e segue monitorado por uma tornozeleira eletrônica.

Todos eles também já foram à CPI, em audiências em que foram ouvidos individualmente. A fase de acareações é aguardada pelos membros da CPI porque será uma forma de colocar os acusados frente a frente e comparar as versões contadas por cada um deles.

Tanto a defesa de Youssef quando de Duque chegaram a enviar à CPI pedido para que fossem liberados da acareação na comissão alegando que já passaram por isso na Justiça e que os deputados poderiam se basear nelas.

Motta, porém, rejeitou os pedidos e manteve as acareações. “Não vou liberar ninguém da acareação, mesmo que fiquem calados. Acareação é justamente para isso. Aquele que se dispõe a ficar calado, enquanto outro pode falar, ou fala também ou fica em silêncio e consente que aquilo que é uma verdade”, afirmou.

Depoimentos anteriores

Nos depoimentos de delação premiada e na CPI, Paulo Roberto Costa afirmou que havia um esquema de corrupção na Petrobras e que empreiteiras pagavam propina para obter contratos com a estatal. Parte da propina, segundo ele, ia para PT, PMDB e PP. Os partidos negam as acusações.

Youssef foi ouvido pela CPI em Curitiba. Ele disse que acredita que o alto escalão do governo sabia do esquema de corrupção na estatal.

Barusco afirmou à CPI que repassou US$ 300 mil à campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010 - o que o PT nega - e que acumulou, desde 1997, US$ 97 milhões em propina, quantia a ser devolvida aos cofres públicos.

Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, é acusado de ter cobrado e recebido propina de empreiteiras para autorizar contratos na estatal. Ele ficou em silêncio na CPI.

Vaccari, em seu depoimento no colegiado, negou que tivesse pedido dinheiro a ex-diretores da estatal para financiar campanhas do PT.

Fonte: G1

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