Costa fala em ação contra Jorge Zelada

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, deve ouvir quatro testemunhas de acusação em um processo da 15ª fase da operação em duas audiências marcadas para esta segunda-feira (14) na Justiça Federal, em Curitiba.

Entre as testemunhas de acusação estão o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro, e o ex-gerente da estatal Pedro Barusco. Eles serão ouvidos na primeira audiência, marcada para começar às 10h. Os dois são delatores da Lava Jato.

A 15ª fase foi deflagrada em julho deste ano. Entre os réus desta ação estão o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada, que está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e o delator Hamylton Pinheiro Padilha Júnior, acusado de ser um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Lava Jato.

Os dois participariam da audiência como ouvintes, mas pediram dispensa por meio da defesa. O pedido foi deferido pelo juiz Sérgio Moro.

A audiência da tarde está marcada para começar às 16h30 e terá como testemunhas de acusação dois funcionários da Petrobras: Paulo Rangel e Robson Cecílio.

Acusação
Jorge Zelada é acusado de envolvimento no esquema bilionário de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ele atuou no esquema desde quando atuava na gerência da empresa.

Zelada foi sucessor de Nestor Cerveró – já condenado pelo crime de lavagem de dinheiro – no cargo e atuou entre 2008 e 2012 na estatal. Acusado de receber propina, Cerveró também está preso no complexo médico.

Em um depoimento de delação premiada, Paulo Roberto Costa confirmou que Zelada era um dos beneficiários do esquema de corrupção. Pedro Barusco também afirmou que o ex-diretor da área Internacional foi beneficiado à época em que era gerente geral de obras da Diretoria de Engenharia e Serviços.

Barusco declarou ainda que Zelada negociava diretamente com as empresas em contratos menores na área de exploração e produção. O delator também informou que repassou diretamente a Zelada R$ 120 mil. O pagamento foi efetuado, conforme o delator, em três visitas à casa do ex-diretor.

A Polícia Federal (PF) e o MPF afirmam que Jorge Zelada realizou repasses milionários para China e Mônaco, sem o conhecimento das autoridades brasileiras - foram transferidos € 11 milhões para Mônaco e outro US$ 1 milhão para a China.

Algumas das transações foram feitas já com a Lava Jato em curso, de acordo com as investigações. Ainda em março deste ano foram bloqueados € 10 milhões, em Mônaco, que seriam do ex-diretor Zelada.

Fonte: G1.

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