WELLINGTON HASTEIA BANDEIRA BRANCA PARA FIRMINO

Wellington Dias ligou para Firmino Filho e solicitou o encontro na Prefeitura de Teresina. Era possível perceber no governador o constrangimento após interferências e manobra durante antecipação de eleição na Câmara municipal (foto: Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

O governador Wellington Dias (PT)  passou os últimos dias avaliando a repercussão da crise que se instalou-se entre as esferas da política estadual e municipal em Teresina. Resolveu buscar entendimento com o prefeito Firmino Filho na tarde desta quarta-feira (22). Ligou para o tucano e foi conversar no Palácio da Cidade.

Oficialmente, a pauta era o interesse público nas parcerias público-privadas -- que a PMT quer iniciar e no meio das quais o Estado já está enrolado --,  mais especificamente o caso da Agespisa e o serviço prestado pela AEGEA.  De fato, o petista foi ao encontro de bandeira branca hasteada, depois de entender que a repercussão pós-eleição na Câmara tomou proporção e caminho desgastantes.

A movimentação de Wellington Dias se deu 48 horas depois do prefeito anunciar que estava disposto a enfrentar campanha para o Governo do Estado em 2018, contra o próprio petista (foto: Marcos Melo | PoliticaDinâmica.com)

O governador não quis falar à imprensa antes da conversa com o prefeito. Foram liberadas apenas as entradas de fotógrafos e cinegrafistas para que fossem feitas imagens. Durante este tempo, Wellington Dias e Firmino Filho conversaram superficialmente sobre as potencialidades das PPPs. Wellington falou sobre um prêmio que o Governo do Estado recebeu sobre o tema em São Paulo.  Adiantou que busca uma PPP para a finalização da rodovia Transcerrados. E começou a falar de saneamento na hora em que fotógrafos e cinegrafistas saíram da sala.
Wellington Dias levou a Firmino a informação de recursos disponíveis para a prefeitura; Firmino pediu que não houvesse transferência de dinheiro, mas investimentos do Estado em obras de infraestrutura que somem o valor devido pelo governo (foto: Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

Ambos acompanhados de seus secretários de maior confiança. Rafael Fonteles (Sefaz) acompanhava o governador. Charles Silveira (Semgov) e Fernando Said (Semcom) permaneceram ao lado de Firmino Filho.

Era, claramente, um encontro para quebra de gelo com aproximação cuidadosa. Numa segunda rodada de fotos e vídeos,  foi possível ver que os secretários trocaram números de telefone e falaram sobre manter contato mais frequentes. Depois de uma hora,  a conversa ainda era administrativa. Wellington Dias falou ao prefeito sobre recursos devidos ao município de Teresina oriundos da outorga dos serviços da Agespisa para a AEGEA. Firmino disse que não queria repasse financeiros, mas a execução de obras de infraestrutura que juntas somassem essa quantia. O valor não foi divulgado.


SÓ OS DE CONFIANÇA

Em alguns momentos, foi possível perceber o constrangimento do governador Wellington Dias. Ele e Firmino estão em lados opostos do plano cartesiano político piauiense, mas possuem o PMDB como intersecção. Ambos estão presos a "vices" do PMDB que preferiam manter à distância: o que tucano tem hoje e o que o petista não quer ter amanhã. Nem de longe pareceu uma conversa administrativa comum. O governador não deixou seu assessor Alvaro Carneiro na sala. Saiu sem falar com a imprensa e, durante o tempo disponível para fotos e vídeos, Wellington parecia ansioso e nervoso. 

A presença dos demais à mesa passou o recibo da motivação. Wellington Dias foi ao encontro com Rafael Fonteles, secretário de Fazenda, um dos únicos que continua no governo após o mês de março. Se a questão eram as PPPs, teria levado Franzé Silva, afinal, no Estado o assunto é da SEADPREV. Firmino se fez acompanhar de Charles Silveira (Semgov) e Fernando Said (Semcom), que passaram o dia falando à imprensa sobre a manobra realizada na Câmara (foto: Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)O governador despistou a imprensa anunciando coletiva para o final do encontro, mas saiu sem falar com jornalistas. Não havia uma única planilha, um caderno de anotações, um relatório financeiro, uma lista de obras, nada que pudesse compor o cenário da versão oficial da visita. Até o horário adverso estava desencaixado da normalidade. Antes de ir embora, falou a sós com Firmino. O prefeito também não gravou entrevista. 


MUITO AGRESSIVO

W.Dias deu a pista de que não concordou com a agressividade da manobra política realizada na ausência de Firmino, que estava em viagem oficial na Europa. Talvez tenha sido o receio de que ele pudesse ser a próxima vítima, uma vez que viaja bem mais que o prefeito. Um integrante da comitiva do governador também disse que o tom eleitoral com o qual o presidente da Alepi manifestou seus ataques após o rompimento com o tucano destoaram em modo, espaço e tempo do petista.

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