OS GRANDES ADVERSÁRIOS

Pessoalmente, Wilson e Ciro se dão bem, mas vem por aí uma campanha que, provavelmente, vai deixar pelo menos um deles frustrado (foto: Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

Não importa quem lidera pesquisas estimuladas até aqui. O fato mais relevante da corrida ao Senado é que nas aferições espontâneas, a “coligação” Branco/Nulo/Não Sabe/Não Opina é imbatível. Supera fácil os 70% em todas as pesquisas registradas e publicadas no Piauí.

A tendência histórica — e os cálculos dos mais experientes — aponta que o eleitor dificilmente repete nos dois votos do Senado o perfil do candidato. Se vota na popularidade de alguém no primeiro voto, o segundo é motivado por outro fator, como a produtividade do cidadão. Ou a estrutura.

Ciro e Wilson ainda não sabem como fazer suas campanhas se comunicarem com a população sem que isso seja feito por intermédio de outras lideranças políticas, o que representa um risco às duas campanhas (foto: Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

E bem aqui as campanhas de Wilson Martins (PSB) e Ciro Nogueira (Progressistas) se encontram. As duas são baseadas em dois pilares fundamentais: a estrutura que possuem e o reconhecimento que cobram pelo serviço público prestado até aqui.

Wilson promove a idéia de que foi o governador mais produtivo das últimas duas décadas. Ciro, afirma que tem sido o senador mais produtivo da história. E nenhum deles dá sinais de que vai economizar em estrutura e falsa modéstia. Afinal, popularidade não sobrou a Wilson em 2014 e falta a Ciro em 2018.

Se estivessem na mesma chapa, é possível que fizessem uma boa dobradinha, um marcando o segundo voto do outro. O discurso parecido poderia ser até coletivo. Mas estão em lados opostos: oposição e governo. E onde acabam as semelhanças, se inicia uma grande disputa.

Na média, o eleitor vai escolher um lado majoritário. E vai protestar nas urnas também, o que, infelizmente, não significa que haverá uma reflexão. Talvez apenas alguma espécie de “vingança” contra o estereótipo do político que se dá bem às custas do povo.

Wilson e Ciro já conversaram sobre estas eleições, já buscaram entendimento, mas, hoje, seguem em campanhas absolutamente adversárias (foto: Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

Com as maiores estruturas de campanha destas eleições, Wilson e Ciro podem chamar a atenção desse eleitor protestante. Logo, nem Wilson, nem Ciro, podem confiar suas campanhas na obtenção do segundo voto do lado oposto. Precisam se garantir no primeiro voto.

É possível que Wilson e Ciro achem que o grande desafio deles é serem reconhecidos pelos eleitores, enquanto o risco está em serem confundidos.


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