Chega a ser infantil o jogo sujo que integrantes da atual diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Piauí começaram a fazer para buscar eleger o sucessor do ainda presidente Chico Lucas. Na tarde desta quarta-feira (31), o Política Dinâmica recebeu via WhatsApp diversos documentos e números de processos administrativos relacionados a advogados que compõem chapas de oposição.
Um dos documentos enviados (não divulgaremos os conteúdos por serem, em alguns casos, processos em curso, ainda em fase de contraditório) é relacionado à advogada Daniela Carla Gomes Freitas, que compõe a Chapa 2, na condição de vice ao lado do candidato a presidente Carlos Henrique. Os processos, segundo o próprio Regulamento Geral da OAB deveriam ser sigilosos. O que significa que o acesso a estes processos é restrito e alguém que possui esse acesso se fez valer do cargo para constranger adversários, quebrando o vínculo de confiança entre a Ordem e seus filiados.
Nos documentos não constam processos relacionados a nomes inscritos na Chapa 1, encabeçada pelo advogado Lucas Villa.
Há meses o Política Dinâmica cobra da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Piauí uma postura fiscalizadora do poder público em favor da Sociedade. Convenientemente, a OAB-PI manteve-se calada. Mais adiante, o leitor vai entender o motivo.
Agora, às vésperas de uma nova eleição na seccional, distribui conteúdo sigiloso para denegrir a imagem de opositores. É o mesmo estilo covarde de “guerrilha” das campanhas governistas que o Piauí já conhece. Sinceramente, até mesmo entre adversários deveria haver um pouco mais de ética. Usar a Ordem contra advogados é baixo demais.
Covardia por covardia, divulgação por divulgação, o que a atual diretoria da OAB-PI não publica e faz questão de esconder é que um importante integrante de sua chapa de reeleição responde há 5 anos a um processo de Lesão Corporal de Natureza Grave.
Indicado para ocupar o cargo de presidente da Caixa de Assistência ao Advogado - CAAPI, o advogado Talmy Tércio Júnior arrombou a porta do apartamento de sua ex-esposa, a ameaçou, arrastou-a até o quarto, a agrediu com mordidas e a jogou no chão, segundo denúncia do Ministério Público, alegando que ali, no chão “era seu lugar”.
O crime aconteceu em 2009 e prescreve em alguns meses. É um dos retratos da atual — e futura — gestão. Os atuais presidente Chico Lucas e vice-presidente Lucas Villa, deixaram de fora da chapa várias mulheres, não cumpriram o mínimo de 30% de advogadas, mas insistiram para manter Talmy Tércio num dos cargos mais importantes da OAB-PI, justamente aquele que deveria trabalhar com a “preocupação e o cuidado com o profissional da advocacia e com os seus familiares e estagiários regularmente inscritos nesta seccional”, segundo a descrição institucional do cargo.
Incômodo maior sentem as mulheres, provavelmente, no caso específico da postura de Lucas Villa. O advogado do emblemático “Caso Fernanda Lages” se deu ao trabalho de bancar a permanência de um agressor ao custo de tirar mulheres da chapa.
Logo, não é de se espantar que estejam sendo vazados conteúdos de processos administrativos contra adversários — a maioria mulheres —, nem tampouco causa espécie a inoperância da Ordem por uma Justiça mais célere.
E você achando que a cumplicidade da OAB-PI em relação à gestão de Wellington Dias (PT) era apenas uma questão de amizade de Chico Lucas com o secretário de Fazenda Rafael Fonteles, ou com o secretário de Justiça Daniel Oliveira. Nem somente a expectativa de se tornar secretário de Estado.
Já sabe que é também de autopreservação e interesse pessoal. Com um telhado de vidro desses, a OAB-PI não pode peitar ninguém. Zero.
Senhoras e senhores advogados, façam uma boa escolha em 2018.
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