EM BREVE: JACOBINA E MOURA

Helder Jacobina e Ronald Moura -- os braços de Rejane Dias na SEDUC -- já estão na mira da PF (foto: Jailson Soares | politicaDInamica.com)

Esta semana, quem já estava tomando remédio pra dormir na Secretaria de Estado da Educação do Piauí dobrou a dose. O que muita gente ainda não entendeu é que a primeira denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal no âmbito da Operação Topique foi cauteloso e certeiro. E está dando a chance para que algum envolvido se adiante a colaborar antes de ir preso.

LISIANE LUSTOSA

A denúncia do MPF que motivou a coletiva trata de “atos de corrupção especificamente delineados”, segundo as palavras do próprio procurador da República e coordenador da força tarefa da Operação Topique Marco Aurélio Adão. Quem observar com cuidado a denúncia, vai ver que Luiz Carlos Magno não escapa de uma condenação rápida e que a servidora Lisiane Lustosa que (ainda) está solta, vai pra cadeia também, como mostram estes trechos da denúncia a seguir:

Trecho da denúncia do MPF (imagem: Marcos Melo | politicaDinamica.com)

Trecho da denúncia do MPF (imagem: Marcos Melo | politicaDinamica.com)

Trecho da denúncia do MPF (imagem: Marcos Melo | politicaDinamica.com)

Ou seja, só no ano de 2015 Lisiane recebeu — segundo inquérito da PF — trinta vezes mais dinheiro do esquema do transporte escolar na SEDUC em comparação ao salário de comissionada que ganhava no Estado, conforme consta no portal da transparência no mês de agosto de 2018, quando a primeira fase da Operação Topique foi deflagrada. 

Veja nesta imagem:

Detalhe: Lisiane não é funcionária de carreira, é comissionada exclusiva, ou seja, alguém a colocou onde ela está porque confiava nela. E ela apenas fazia a cotação dos preços. Não era dela a responsabilidade de escolher a modalidade do pregão, homologar resultados e aditar contratos. E provavelmente não teria serventia para o esquema se a licitação do transporte escolar tivesse sido eletrônico ao invés de presencial.

Mas segundo o próprio procurador, as licitações ainda serão objeto de outras denúncias, baseadas no inquérito da Polícia Federal. Veja no vídeo abaixo!


JACOBINA E RONALD

Por sua vez, as investigações da PF têm suporte em diversos relatórios dos mais variados órgãos de controle. Num destes relatórios — elaborado pela Controladoria Geral da União — é apontado que por manifestação expressa do braço direito da secretária Rejane Dias, o então superintendente de Gestão Helder Jacobina, e contra um parecer da Procuradoria-Geral do Estado, a SEDUC decidiu escolher a modalidade de pregão presencial e não o eletrônico, que ampliaria a possibilidade de concorrência e preços menores.

Veja:

Trecho do relatório da CGU no inquérito da Polícia Federal (imagem Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

Contrariando uma segunda manifestação da PGR, foi a vez de Ronald Moura jogar o barro na parede. O tenente-coronel da PM e braço esquerdo da primeira-dama reforçou a necessidade de realizar o pregão presencial num documento intitulado “Auto de Justificativa”, Moura justificou o injustificável, facilitando a contratação das empresas do esquema.

Veja:

Trecho do relatório da CGU no inquérito da Polícia Federal (imagem Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

Trecho do relatório da CGU no inquérito da Polícia Federal (imagem Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

Traduzindo: a PF tem material demais e o MPF decidiu denunciar primeiramente quem não tem costas largas em crimes incontestáveis por meio de provas irrefutáveis. Assim, o primeiro resultado concreto da Topique deverá ser uma condenação rápida de Luiz Carlos e Lisiane Lustosa, o cabeça do núcleo privado do esquema e a ponta-solta na SEDUC.

A Topique está prestes a jogar no lixo a propaganda oficial e isso não demora.

Que abra o bico quem não quiser ficar um bom tempo preso.

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