ELES NÃO VÃO ABRIR!

Os petistas já são, sozinhos, gente demais para vaga de manos; nenhum deles quer ser suplente para facilitar a vida de um governador que já consideram reeleito nem, muito menos, para manter o gabinete de caciques de outras siglas (fotos: Jailson Soares | politicaDinamica.com)

O recado já foi dado à base governista: o PT não vai sacrificar deputados para eleger parlamentares de outros partidos. Não interessam quais sejam as ameaças do MDB ou qualquer outra sigla. E se deixarem de apoiar a reeleição de Wellington? “Ninguém sai da base. E se sair, melhor, será menos gente e mais espaço no nosso próximo governo”, alega um pré-candidato do partido ao cargo de deputado estadual.

“Tudo já foi dito”, afirma ultimamente o deputado federal Assis Carvalho, presidente estadual do PT, irredutível, ao ser questionado por jornalistas sobre o tema. O PT espera fazer a maior bancada da Alepi nestas eleições. E ter a maior bancada, claro, é fundamental para ter vantagem na reivindicação da presidência da Casa a partir de 2019.

NA PONTA DO LÁPIS

As contas são simples: em números arredondados, o PT teve, em 2014, mais de 218 mil. O quociente eleitoral — o número de votos para se fazer 1 deputado direto — era de 60 mil. Com a votação que teve, fez 3 deputados estaduais direto — Limma, Fábio Novo e Flora Izabel —, e faria outros 2, se estivesse sozinho. Mas coligado com PTB, que teve menos votos, ajudaram a eleger 5 petebistas.

Antes que o mais desavisado estranhe, o PTB fez mais deputados mesmo tendo menos votos e menos candidatos por um motivo simples: tinha poucos candidatos e votos mais concentrados, já o PT tinha mais candidatos, mas uma votação mais distribuída entre eles. Todos somam votos para a coligação, porém, os mais votados ficam com as vagas.

AQUI NÃO, PAPAI!

Desta vez não. Em 2014, Wellington Dias era a oposição, com estrutura menor de campanha e tinha que fazer concessões para obter apoio. Sacrificou os companheiros na proporcional. Agora, todos os petistas enxergam a eleição como uma eleição ganha por W.Dias. E se ele já ganhou, por qual motivo os petistas iriam abrir mão de mais cadeiras na Assembleia?

Se em 2014 o PT fez 218 mil votos, agora, quatro anos de governo — várias PPPs e empréstimos depois — não esperam fazer menos de 300 mil votos. São 5 vagas diretas, uma sobra certa e, quem sabe, até uma sétima cadeira de rebaba “se a campanha de Wellington pegar na veia”, comenta um dos interessados.

Ninguém vai abrir. Não os petistas. Não desta vez. Sem sacrifícios na proporcional em 2018. Francisco Limma, Fábio Novo, Flora Izabel, Cícero Magalhães, João de Deus, Paulo Martins, nenhum deles entende que é preciso abrir mão da chapa pura. Até porque as vagas do PT podem aumentar, mas o número de candidatos também! Franzé Silva, ex-secretário de Administração vai pra cima dos votos que forem necessários para se eleger. O ex-secretário de meio Ambiente, Ziza Carvalho, trocou o PDT pelo PT e quer ser titular desta vez. E ainda tem o coronel Carlos Augusto, que só escolhe o partido em agosto, mas sendo gente da cozinha do governador, sabe que a chapa pura do PT é mais segura que qualquer outra.

Wellington já sabe que vai deixar alguém muito descontente nesta história; aliados ou o próprio partido, quem interessa mais ao governador? (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

Na última tentativa de apaziguar os ânimos e tentar arrastar os petistas para o chapão geral da sua base, Wellington Dias mandou seu ex-secretário de governo Merlong Solano com uma mensagem e ele voltou com um recado: se o governador se meter nisso, vai ser derrotado em convenção, diante de imprensa.

Ele que escolha: aceite de boa, ou engula à força.

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