Ter uma denúncia rejeitada na Operação Lava-Jato é coisa pra deixar qualquer um de alma lavada. Imaginem só o senador Ciro Nogueira, em meio a uma campanha de reeleição. Foi o que aconteceu nesta terça-feira, 14 de agosto, quando a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal arquivou uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente nacional do Progressistas.

Ciro foi às redes sociais agradecer amigos e eleitores pela confiança e apoio. Gravou um vídeo na porta da Igreja de São Sebastião em Parnaíba, onde estava por força das comemorações do aniversário de 174 anos da cidade.

A decisão foi tomada por maioria de três votos a um, com votos favoráveis à rejeição dos ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. O ministro Edson Fachin, relator do processo, foi voto vencido. A denúncia arquivada era tida como a mais consistente contra o senador e, ainda assim, baseada apenas em delações.

"Não vim usar esse vídeo para me enaltecer, para me vangloriar disso, porque eu acho que honestidade é um dever de todo cidadão. É uma obrigação de todo político", alega Ciro na gravação.  Segundo ele, o vídeo foi para agradecer homens e mulheres do Piauí que sempre acreditaram nele. Ciro usou alguns segundos para agradecer a família que sempre lhe deu apoio e nunca duvidou de sua honestidade.

Usou um tempo maior para agradecer os eleitores do estado lembrando que sempre prometeu entrar e sair da vida pública de cabeça erguida e que se houvesse uma única denúncia que fosse comprovada contra ele, estava mantida a decisão de renunciar o mandato. "Eu amo esse estado e trabalharei por ele cada dia mais", encerrou.

Veja o vídeo:

QUAL ERA A DENÚNCIA?

O senador foi acusado dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, pela suspeita de ter recebido R$ 1,8 milhões em propina da UTC Engenharia, em troca de promessas para favorecer a empreiteira em obras públicas de responsabilidade do Ministério das Cidades e do estado do Piauí.

Segundo a denúncia apresentada pela PGR, Ciro Nogueira era uma das lideranças do PP envolvidas esquema de corrupção relacionado à Diretoria de Abastecimento da Petrobras. A Procuradoria afirmou, na denúncia, que entre fevereiro e março de 2014, foi entregue na casa do senador, a um de seus auxiliares, repasses em dinheiro que somam o valor total de R$ 1,4 milhão.

O dinheiro teria sido repassado pelo doleiro e delator Alberto Youssef. Ainda segundo a denúncia, outra parte da propina, no valor de R$ 475 mil, foi paga por meio de um contrato fictício entre a UTC e um escritório de advocacia.

Os ministros do STF decidiram rejeitar a denúncia e não abrir um processo contra o senador e outros quatro denunciados pela PGR.

Fonte: Com informações de UOL