Wellington Dias (PT), segundo seu entorno no Karnak, está “fechado em copas” quando o assunto é a composição de seu novo governo. Assim, até que seja divulgada a lista de novos secretários, está aberta a temporada de “fogo-amigo”. E nesse caminho foi criado um grande problema com partidos da base e deputados estaduais.
OS PROGRESSISTAS
No último dia 27 de novembro de 2018, o Política Dinâmica divulgou que três nomes eram cotados para assumir a Comunicação do governo. Dois deles ligados ao Progressistas. Desde então, sites patrocinados pelas cotas de publicidade do governo passaram a publicar material sobre a perda de força do senador Ciro Nogueira no cenário nacional e posicioná-lo como um provável adversário em breve.
De tabela, afastando o PP da propaganda institucional, que torrou nada menos que R$ 120 milhões nos últimos 4 anos. O problema dessa lógica é que o aliado que não presta para a Comunicação, presta menos ainda para comandar a Assembleia Legislativa.
O deputado Júlio Arcoverde — que seria a primeira opção de Ciro para a disputa da presidência da Alepi —, nestes mesmos veículos, passou a protagonizar matérias sobre “ameaças” ao governo. Distorções sobre declarações de deixar a base se o partido não ganhar a Alepi foram amplamente divulgadas. E o posicionamento de Arcoverde contrário a Wellington Dias no episódio do aumento de impostos em 2017 foi lembrado à exaustão como um atestado de desconfiança.
A repentina investida contra Ciro nas linhas editorias desses veículos, inclusive, foi tema de conversa entre o senador e o governador recentemente.
E esse fogo-amigo gerou uma crise maior do que o próprio Wellington Dias imaginava na disputa da Assembleia. Já não é a disputa entre dois aliados, mas um ataque que partiu do próprio governo na direção de quem viabilizou a reeleição do petista.
DEPUTADOS EXPOSTOS
Há duas semanas, então, o nome do deputado estadual Fábio Novo (PT) também foi mencionado como possível gestor da Comunicação, num movimento para chamar suplentes para a Alepi. E não demorou 48 horas para aparecer um dossiê distribuído à imprensa por um conhecido lacaio governista sobre suposto esquema de corrupção dentro da Cultura, pasta que Novo conduzia até o ano passado.
Acontece que a Cultura não era apenas a secretaria de Fábio Novo, mas a pasta para onde foi destinada uma boa quantia de recursos das emendas impositivas dos deputados estaduais (por curiosidade, prometemos ao leitor, em breve, essa lista). Logo, se a secretaria for investigada, outros parlamentares também podem ser investigados por tabela.
Essa equipe de Wellington já foi mais esperta e sutil.
O fogo aí é amigo, mas o tiro pode sair pela culatra.
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