O projeto que aumento impostos foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado, mas a repercussão da votação está bem longe de terminar. Há quem aposte que depois da conturbada sessão da quarta-feira (01), a relação entre o Partido Progressista (PP) e o governo de Wellington Dias (PT) não voltará a ser a mesma.

Na base aliada, a crise no relacionamento é vista como uma oportunidade de crescimento para outros partidos. O PP é hoje um aliado que ocupa importantes espaços, caso o partido decida deixar o grupo governista já tem candidato a ocupar o vazio que pode ser deixado pela legenda presidida nacionalmente pelo senador Ciro Nogueira.

O PMDB é o principal interessado no espaço que o PP ocupa hoje na base. O partido possui a maior bancada na Assembleia – seis deputados, foi o adversário de Wellington Dias na eleição de 2014, entrou na base em outubro de 2016, graças a articulação do deputado Themístocles Filho, e desejar ocupar o cargo de vice-governador na chapa que será encabeçada pelo petista na eleição do próximo ano.

Ao contrário do PP, o PMDB tem mostrado ser um aliado fiel. Enquanto o PP dificultou a vida do governador anunciando que iria votar contra a proposta de aumento dos impostos, o PMDB foi o aliado que salvou o governador de uma derrota. Tudo com a articulação do presidente da Assembleia Themístocles Filho. O partido mostra ao governador que pretende ficar ao lado dele nos bons e maus momentos.

Mas os peemedebistas não são os únicos interessados em uma possível saída do PP da base. Outras legendas como PSD e PDT enxergam nessa briga a possibilidade de crescer no governo e alcançar um posto de destaque na chapa majoritária do próximo ano.

O presidente estadual do PSD, deputado Júlio César, não esconde o desejo de ser candidato ao Senado, mas sabe que não tem espaço em uma chapa com a presença do PP e PMDB. O mesmo ocorrer com o presidente estadual do PDT, deputado Flávio Nogueira, que não tem recebido o tratamento esperado pelo governo.

Na votação, os deputados do PSD e PDT foram fundamentais para a vitória do governo. Mesmo com os protestos, eles votaram favorável ao polêmico projeto e agora esperam uma recompensa pelo desgaste sofrido na imagem.

No governo, todos negam que a votação possam resultar na saída do PP da base, mas no partido o entendimento é que a relação ficou bastante arranhada. Nos próximos dias, o senador Ciro Nogueira deve se reunir com os parlamentares da sigla para discutir o futuro dos progressistas.