PARA ONDE VAI O DINHEIRO DO EMPRÉSTIMO?

Governador Wellington Dias respira um pouco aliviado com a liberação do empréstimo (Foto:JailsonSoares/PoliticaDinamica.com)

Não seria exagero dizer que o governo de Wellington Dias (PT) está em êxtase com a liberação do empréstimo de R$ 600 milhões contraído junto à Caixa Econômica Federal. Economicamente, a operação de crédito representa um alívio no momento de grave crise  que passa o país.

Politicamente pode se dizer que o dinheiro veio no momento certo. Com a proximidade do período eleitoral de 2018, o governo afasta, pelo menos por alguns meses, o fantasma do atraso da folha de pagamento dos servidores, que poderia ser um duro golpe nos planos de Wellington Dias de concorrer à reeleição.

Financeiramente, o empréstimo injeta R$ 600 milhões na economia e garante a retomada de obras que se encontram paralisadas por falta de recursos. O secretário de Fazenda, Rafael Fonteles, explica que novas obras também devem ser atendidas com o dinheiro.

“O dinheiro do empréstimo irá ser aplicado em obras de mobilidade urbana e infraestrutura. São obras que os recursos de empréstimos anteriores foram insuficientes para a conclusão e agora serão retomadas com esse recurso liberado pela Caixa Econômica Federal”, explicou.

Rafael Fonteles afirma que apesar da comemoração ainda é preciso cautela (Foto:JailsonSoares/PoliticaDinamica.com)

OBRAS 

Na lista estão obras como o Centro de Convenções considerado um dos maiores elefantes brancos do estado. O dinheiro será usado na conclusão da obra que foi iniciada ainda no segundo governo de Wellington Dias e será aplicado também na construção de um novo centro em Teresina  e outro na cidade de Parnaíba.

A obra de duplicação das BR’s 316 E 343 na entrada de Teresina também deve ser concluída com o dinheiro liberado pela Caixa. Entram na lista ainda obras como a construção do Centro Materno de Teresina e obras menores em rodovias.

SALÁRIOS

Apesar dos motivos para comemorar, o risco de atraso de salários ainda não foi descartado completamente pela equipe econômica do estado. Rafael Fonteles explica que diante da queda de receitas o governo busca outras alternativas como a promoção do chamado arrocho fiscal.

Secretário afirma que risco de atrasar salário fica afastado pelo menos temporariamente (Foto:JailsonSoares/PoliticaDinamica.com)

“Não podemos prevê e ter segurança absoluta. O risco de atrasar diminui, mas não é certeza absoluta. Mas estamos tomando as medidas para evitar um colapso. Uma das saídas é cercar os contribuintes para arrecadar mais. Contamos com um programa apurado para identificar esse contribuinte que deve mais. E contamos com o apoio do Ministério Público”, disse.

O estado tem sofrido com a queda de receitas como o Fundo de Participação dos Estado (FPE). Hoje o FPE representa quase 50% da receita total do estado e a queda já chegou a 4% esse ano. “Não estamos tranquilos. É preciso continuar ligados em busca de medidas que levem a receitas alternativas”, afirmou.

Governador ao lado do senador Ciro Nogueira (PP) considerado responsável por ter conseguido a liberação do empréstimo (Foto:JailsonSoares/PoliticaDinamica.com)

CRÍTICAS

A oposição faz críticas ao governo de Wellington Dias e pede explicações sobre o destino que será dado aos R$ 600 milhões. O deputado federal Heráclito Fortes (PSB) entrou com um pedido junto ao Presidente da Caixa para que envie à Câmara Federal informações sobre as garantias dadas ao empréstimo, bem como as explicações sobre a destinação dos recursos.

O deputado estadual Robert Rios (PDT), líder da oposição na Assembleia Legislativa, acusou o governo de ter “pulverizado” o dinheiro do empréstimo de mais de R$ 1 bilhão contraído pelo estado ainda no governo de Wilson Martins (PSB). “O que foi feito com esse dinheiro? Wellington usou tudo em obras pequenas e eleitoreiras e no final não fez uma grande obra. É preciso evitar que o mesmo ocorra com esses R$ 600 milhões”, afirmou.

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