O presidente do PMDB do Piauí, deputado Marcelo Castro, se pronunciou sobre a decisão do juiz Sérgio Moro, que condena o ex-presidente Lula (PT) a nove anos e meio de prisão. Marcelo afirma que o magistrado não tem provas e age apenas por convicção.

Para o parlamentar, a Justiça e o Ministério Público caminham para o que ele chamou de “perigoso caminho” de condenar sem provas, mas por convicção de que o réu seja criminoso. Marcelo afirma que isso lembra períodos da história mundial como a Santa Inquisição.

“Me refiro ao caminho que a Justiça do Brasil toma, que o MP segue. Esse caminha da convicção acima das provas já está na história como um dos caminhos mais negros que a humanidade perseguiu. Quem não se lembra da Inquisição. Quantas pessoas foram levadas às fogueiras sem prova, mas com a absoluta convicção que elas praticavam bruxaria e que portanto mereciam morrer. Quantas injustiças foram cometidas. É como vejo esse momento. Uma condenação sem provas e sem fatos”, afirmou.

O peemedebista afirmou que Lula foi um dos melhores presidentes do país e destacou a história de vida dele. “É um momento triste da vida nacional. Não gostaria de passar para história como omisso. Me refiro a condenação de Lula. Sem nenhuma dúvida é um dos brasileiros com uma das mais ricas biografias. História de luta, que começou com grande dificuldade, retirante do Nordeste e se torna um presidente da República. Não um presidente a mais, mas um dos melhores presidentes que o país já teve em toda sua história”, disse.

Marcelo afirma que a condenação de Lula representa uma injustiça e diz que em nenhum momento Moro conseguiu provar que o tríplex é do ex-presidente. “O que sabemos é que o Lula não morou, não comprou, não pagou, não recebeu, não registrou, não passou escritura, não está na declaração de imposto de renda dela, pelo contrário, está na declaração da OAS. Por mais que se queria induzir, deferir, fazer ilação, não podemos sair do leito natural do direito que rege o mundo civilizado. Há o império da lei, devido processo legal a necessidade de provas para se condenar. Condenar por convicção, como um procurador afirmou que não tem prova, mas convicção, é um caminho que a sociedade precisa ficar alerta porque muitas injustiças poderão ser cometidas”, comentou.