“WELLINGTON BRINCOU DE CRIAR CARGOS NA CRISE”, DIZ RODRIGO MARTINS

De passagem por Teresina, o deputado federal Rodrigo Martins (PSB) falou com a equipe do Política Dinâmica sobre o trabalho realizado na Câmara Federal e sobre a política nacional e estadual. Na oposição ao governador Wellington Dias (PT), o parlamentar não poupou críticas e fez previsões sobre a possível queda do governo do petista no próximo ano.

Rodrigo acusa Wellington de ter usado o governo para acomodar aliados políticos agravando a crise econômica. O deputado da oposição afirma que a situação financeira do estado é grave e cita a ameaça de atraso dos salários dos servidores. Ele diz que o governador criou nove novas coordenadorias mesmo sabendo da gravidade do momento vivido pelo país.

“Enquanto a oposição alertava que o país estava em crise, que era preciso enxugar a máquina, ele brincava de criar cargos em troca de apoio político. O orçamento público não aceita desaforo e o governador vai perceber isso agora. O desrespeito dele com o orçamento deixa qualquer um arrepiado. Criou nove coordenadorias onde as pessoas nem tem lugar para sentar. Não estão trabalhando porque não há nada para se fazer em uma pasta que não existe. Não há nem mesa para trabalhar. Isso é um desaforo. Em um momento de crise e ele faz isso”, declarou.

Para o parlamentar, apesar da oposição ainda não ter apresentado um nome para disputar o governo no próximo ano, a reeleição de Wellington Dias estaria ameaçada. Ele afirma que essa tem sido a pior administração do petista à frente do Palácio de Karnak e afirma que o estado vive uma inércia administrativa.

“Não vai ser fácil para o Wellington em 2018. O governo está morto, parado. Se você chegar no Rodoanel é possível perceber isso. O ex-governador Wilson Martins (PSB) deixou a obra 70% concluída e até hoje o governo do Wellington não conseguiu inaugurar. Sabemos que já foi feito um aditivo superfaturando a obra. O problema não é só o Rodoanel. Temos os viadutos, pontes como a chamada ponte do Meio na avenida Frei Serafim, que ainda hoje se encontra em obras. A equipe dele tem experiência de governo e não consegue nada. Ou é por incompetência ou por má vontade. Ele culpa a crise, mas sabemos que é mais um problema de gestão”, afirmou.

EMPRÉSTIMOS

Com o agravamento da crise política e a ameaça de atraso dos salários, o governador Wellington Dias tem recorrido aos empréstimos. Ele tem encontrado dificuldades para a liberação dos recursos, já que o Governo Federal não tem dado a autorização necessária.

Rodrigo Martins afirma que se o pagamento dos salários depender desses recursos, o governo deve se prepara para passar por graves dificuldades. Ele diz ser muito difícil a União liberar as operações em um momento de crise tão delicado como agora.

“Acho difícil ele conseguir o aval do Governo Federal. Não porque ele seja oposição ao Governo Federal, mas porque vivemos um momento de crise, muito conturbado politicamente. Infelizmente quem fez perseguição a esses empréstimos foi o próprio Wellington Dias quando era senador. Ele era candidato à reeleição e não permitiu que o dinheiro viesse na época do ex-governador Zé filho. Agora ele quer buscar empréstimos de bancos privados. É preciso ter cuidado com os juros e encargos que serão cobrados. O Wilson Martins deixou o estado bem arrumado do ponto de vista financeiro e econômico. Infelizmente por questão política, sem lembrar da administração, o governo coloca os pés pelas mãos e culpa a crise. Ele não olha para o umbigo e não tem humildade para admitir que errou ao criar gastos desnecessários para o governo do estado”, declarou.

PSB E O GOVERNO TEMER

Com o PSB dividido com relação ao governo do presidente Michel Temer (PMDB), o deputado federal diz esperar o resultado das investigações sobre as denúncias contra o peemedebista. Ele afirma não fazer julgamento precipitado com relação a conduta do presidente.

Rodrigo faz parte da ala do PSB que defende a manutenção da sigla na base de apoio do presidente Temer. “O PSB vive um momento de conflito na direção nacional. Desde o fatídico acidente que ocorreu com o Eduardo Campos o partido perdeu sua referência e agora encontra-se dividido. A sigla não decidiu entrar no governo Temer. O partido simplesmente silenciou e disse que não proibia ninguém. A legenda não tem como sair do governo porque nunca entrou oficialmente. Foi uma parte da bancada que foi para o governo - 17deputados- ninguém disse que era para ficarmos no governo. Todos nós entendemos que toda denuncia deve ser apurada antes de qualquer decisão”, declarou.

O deputado minimizou o impacto das gravações envolvendo o presidente e o empresário Joesley Batista da JBS. “Claro que o presidente Temer, nosso ponto de vista, errou ao receber uma pessoa tarde da noite de uma maneira que não foi registrada. Eu questiono qual o gestor que nunca recebeu um empresário de proporções elevadas, que não estava registrado na agenda? Isso acontece. Nós defendemos que seja averiguada toda denúncia. Uma vez comprovado o envolvimento direto do presidente temer aí sim sairemos do governo”, disse. 

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