A militância do PT e grupos de movimentos sociais protestaram contra o julgamento do ex-presidente Lula (PT) em frente ao prédio da Justiça Federal, nesta quarta-feira (24), em Teresina. Além dos gritos e palavras de ordem em defesa do petista, chamou atenção os protestos contra a aliança entre o governador Wellington Dias (PT) e o senador e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira.
Para a militância do Partido dos Trabalhadores presente no evento, petista que é petista não vota na reeleição do senador Ciro Nogueira. De acordo com o ex-vereador Paixão, Ciro representa os “golpistas” que ajudaram no impeachment da ex-presidente Dilma e que contribuíram para que Lula fosse a julgamento.
O grupo manda um recado e pressiona o governador Wellington Dias (PT) para não manter a aliança com o PP. “Estamos com a posição da corrente Articulação de Esquerda de que eleição sem Lula é fraude. E também que petista não se alia a golpista. Está bem clara a mensagem de que aqueles que ajudaram a cassar a Dilma, principalmente parlamentares do Piauí, não merecem nosso respeito e nem o voto. A militância petista não vota em Ciro Nogueira. Eles (progressistas) não devem voltar para o Senado Nacional e nem para a Câmara Federal. No Piauí o recado é que podemos fazer aliança com aqueles que já são aliados, mas desde que não sejam golpistas. É o recado que damos”, afirmou.
Paixão afirma que os movimentos sociais ligados ao PT já orientaram a militância a não votar em Ciro. Ele afirma que o governador Wellington Dias poderá ter prejuízo se insistir na aliança com os progressistas.
“Os militantes do PT não votam em Ciro. Há uma determinação e posicionamento dos movimentos sindicais de que não queremos golpistas no palanque junto com Wellington Dias. Ele pode até a se aliar, mas poderá ter prejuízos porque a partir do momento que tomamos um posicionamento, ele vai ser cumprido”, declarou.
REGINA SOUSA
Durante o protesto, o grupo também reivindicou pelo direito da senadora Regina Sousa concorrer à reeleição. “A Regina é a nossa candidata. É a única que teve moral e se comportou com ética e ficou do lado da classe trabalhadora, ficou do lado da sociedade pobre, do povo do Piauí e dos brasileiros. É quem defende um projeto de futuro para o Brasil como fizemos nos últimos 13 anos. É a senadora que fala a língua do povo”, declarou.
MDB
Mas no PT, o ditado “pau que dá em Chico, dá em Francisco” parece não ter validade. Se por um lado, eles pregam que a aliança com Ciro deve ser rompida por ele ter ajudado no chamado “golpe”, de outro querem se manter ao lado do MDB, partido do presidente Michel Temer (MDB).
Para Paixão, a explicação é simples: os deputados emedebistas do Piauí não votaram no impeachment, ao contrário de Ciro e da deputada federal Iracema Portella. Segundo ele, a maior parte do partido defende Themístocles como vice.
“Nós fazemos esse debate sobre o MDB. O Themístocles é o nome discutido para vice de Wellington. Ele não votou e nem apoiou o impeachment. E diz que respeitará as decisões de uma aliança junto ao Partido dos Trabalhadores, junto ao Wellington, e que encaminhará aquilo que foi discutido e acordado. Há uma aproximação muito forte do Themístocles. Eu vejo dentro do PT pouca rejeição. Não há rejeição com ele como há com o PP. Existe por parte dos militantes do PT uma simpatia melhor a ele”, declarou.
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