Desde a eleição de 2016, o prefeito Firmino Filho (PSDB) não fazia um discurso tão incisivo como o que ele fez durante solenidade de entrega de ambulâncias do Samu na manhã desta sexta-feira (24). Algumas partes da fala do prefeito, lembrou em muito o discurso que ele fez durante convenção em que ele foi lançado como candidato à reeleição no ano passado.

Ao lado do senador e Ciro Nogueira (PP) e de 13 dos 29 vereadores de Teresina, inclusive do presidente da Câmara Jeová Alencar, Firmino falou em terminar o ano com “resistência” e “decisão”. Ele lembrou do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e falou sobre o futuro para Teresina e o Piauí.

A fala do prefeito parecia um discurso de campanha. Ele pode até não ser candidato ao Governo do Estado em 2018, mas aproveitou o momento para tentar mostrar aos aliados e adversários que está vivo e que o episódio da “traição” da base aliada na Câmara de Vereadores, não o teria enfraquecido como o esperado.

Firmino mostrou também que pretende está ao lado do senador Ciro Nogueira em 2018. O presidente nacional dos Progressistas foi bastante elogiado na fala do tucano. O prefeito chegou a dizer que seria uma obrigação mostrar para a cidade a ajuda dada pelo senador a Teresina.

“Posso afirmar que 80% das obras que estão sendo realizadas em Teresina tem o apoio de Ciro e do PP. Obras de asfaltamento, terminais de ônibus, integração, tudo tem o apoio dele. É um dever de gestão e pessoal reconhecer isso. O gabinete do Ciro em Brasília é um gabinete da Prefeitura de Teresina e de todo o Piauí”, declarou.

 CÂMARA

Sobre o vereador Jeová Alencar, Firmino afirma que os dois têm obrigação de manterem uma boa relação por Teresina. Eles tiveram um encontro reservado na quinta-feira (23). “Foi uma conversa entre dois companheiros e duas autoridades que têm obrigação de se respeitaram. Um é presidente da Câmara e o outro prefeito. Os dois tem que colocar os interesses da cidade acima de tudo. O Jeová sempre foi meu candidato. Fiz para ele essa pergunta de por que essa confusão toda. Foi desnecessário”, declarou ao negar que teria intenção de lançar a candidatura do vereador Evandro Hidd a presidente da Câmara em 2019.

Sobre a base aliada, Firmino afirma que as conversas com os vereadores que votaram contra ele têm ocorrido para “qualificar” o grupo de aliados e saber com quem de fato ele pode contar. O tucano negou perseguição ao vereadores que votaram contra os interesses do Palácio da Cidade.

“De forma nenhuma. Não há retaliação. O que vamos fazer é fortalecer a nossa bancada e qualificá-la. Vamos apoiá-la e estreitar os laços para que esse tipo de problema não venha a se repetir. Para que exista mais estabilidade e segurança entre a prefeitura e a Câmara de Teresina. Estamos conversando de forma tranquila com os vereadores. Cada parlamentar tem um diálogo específico, então vamos conversar com todos e buscar saber quem efetivamente está disposto a está conosco na nossa gestão”, disse.

CANDIDATURA EM 2018

O tucano reafirmou o interesse em ser candidato ao governo do Estado no próximo ano. Ele confessa que tem sido pressionado por aliados. “De fato aumentou a possibilidade de uma candidatura. Tem no momento a pressão dos nossos companheiros. Hoje a possibilidade de ser candidato é maior do que há 10 dias atrás, mas se eu vou ser ou não vamos decidir com o tempo. Isso é natural. Tem a prefeitura que me prende.  É difícil quebrar a palavra, olha que tem gente aí que deu a palavra que não iria deixar a prefeitura, depois saiu e se complicou muito”, comentou.