O ex-senador João Vicente Claudino (PTB) é apontado como um dos nomes mais fortes para enfrentar o governador Wellington Dias (PT) na eleição de 2018. Em meio à crise de credibilidade que passa a política brasileira, ele é um dos poucos políticos que pode dizer que passou oito anos no Senado e nunca foi citado em nenhum escândalo de corrupção.

João Vicente é uma figura respeitada e herdeiro de uma das famílias de maior prestígio do Piauí. Homem conhecido por ser educado e que sabe conversar com aliados e até mesmo com adversários.

Mas apesar dos pontos positivos, recaem sobre ele algumas dúvidas que colocam em xeque a possibilidade dele agregar e formar um grupo forte para o próximo ano.

No meio político, é quase unanimidade a afirmação de que a candidatura de João Vicente não passa confiança. A indefinição do ex-senador é um ponto que pesa muito. Essa imagem é acentuada principalmente pela indefinição, por exemplo, quanto à filiação partidária.

Em um dos episódios que reforçam essa imagem, ele chegou a se reunir com o deputado Themístocles Filho e deputados do PMDB na Assembleia. Para os peemedebistas a filiação dele era dada como certa, faltaria apenas definir a data, mas o ex-senador recuou e desistiu de seguir para o partido do presidente Michel Temer (PMDB).

Agora, ele negocia o retorno ao PTB. É grande a especulação sobre se João Vicente vai ou não se filiar ao partido. O ex-senador vai participar do evento desta quinta-feira (07), mas não irá aderir a sigla no momento. Essa indefinição deve seguir até 2018.

Outro ponto que também se questiona sobre João Vicente, é se ele terá ou não o apoio da família, em especial do pai, o empresário João Claudino. No dia 11 de junho de 2014, João Vicente reuniu a imprensa e anunciou que não seria candidato a reeleição como senador. Foi substituído na chapa por Elmano Ferrer (PTB).

Entre os motivos apontados por ele na época, estava a pressão da família para sair da política e se dedicar a vida empresarial. Segundo fontes do PTB, ainda há dúvidas se o Seu João apoia a possível candidatura do filho e se João Vicente conseguiria segurar uma campanha sem o apoio do pai. Aliados dizem esperar ouvir do ex-senador que ele é independente para seguir em uma campanha mesmo sem o total apoio do pai.

Em meio as dúvidas, há ainda o assédio do governador Wellington Dias (PT) sobre o ex-senador. Fontes do Palácio do Karnak têm trabalhado para reaproxima-lo do petista. Vem também do governo, o esforço de alguns aliados para fazer parecer que a aliança estaria quase definida. Uma estratégia para colocar ainda mais dúvidas sobre o homem considerado um adversário a ser temido.

Não há certeza se ele será de fato candidato pela oposição. Tem aliado que aposta que ele pode buscar outro cargo em um chapa majoritária.

As incertezas com relação ao nome de João Vicente devem continuar até o próximo ano. Ele parece não ter pressa em se definir. Longe dos holofotes, o ex-senador tem acompanhado quase que de camarote a movimentação de governistas e da oposição na disputas por espaços para disputar a eleição de 2018.