A divulgação da lista do ministro, Edson Fachin, contendo o nome de políticos de todo país – acusados de receberem propina – causou apreensão no meio político nacional. Mas no Piauí, a certeza de que o julgamento dos acusados só ocorrerá depois da eleição de 2018, tem servido como uma espécie de alívio para os aliados do senador Ciro Nogueira.

O presidente nacional do PP é considerado hoje um dos principais aliados do governador Wellington Dias (PT). Ele comanda o partido com o maior número de prefeitos – são 40- e o apoio dele é considerado decisivo para a reeleição do petista em 2018.

Para o presidente estadual do PP, deputado Júlio Arcoverde (PP),  o pleito do próximo ano não será afetado pelas denúncias. Segundo ele, o PP observa o momento como a oportunidade de Ciro comprovar a possível inocência.

“Nem sabemos quando esses julgamentos irão ocorrer. Pode ser depois de 2018. O PP acredita que a divulgação dessa lista foi um alívio. É melhor saber sobre o que se é acusado. Agora todos sabem. Ciro tem esse momento para provar sua inocência”, disse.

Para o deputado João Madison (PMDB), a chapa de reeleição do governador Wellington Dias (PT) não será prejudicada devido as acusações que pesam sobre o senador Ciro Nogueira (PP). Segundo ele, os acusados possuem o direito de defesa antes de serem condenados.

Madison afirma que não haveria prejuízos para nenhum dos envolvidos. “Todo homem público tem que estar preparado para essas coisas. Agora é hora deles fazerem suas defesas. Ninguém pode acusar ninguém sem direito de defesa. Não vejo nada que possa atrapalhar a eleição de nenhum dele. Temos que saber se têm provas concretas”, declarou.

Ciro é acusado de ter recebido propina da Odebrecht. De acordo com a denúncia, o presidente nacional do PP teria negociado o recebimento do dinheiro para campanhas políticas de 2010 e 2012. Além de financiar Ciro, o dinheiro também teria contribuído para as campanhas de outros candidatos do partido.