'Quando holofote entra no processo, a justiça sai pela outra porta'

O advogado Cézar Britto, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), esteve em Teresina para a implantação do Núcleo Piauí da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia - ABDJ. O advogado também falou sobre a importância da instituição no programa Palavra Aberta Ajuspi, exibido toda terça-feira, 14h, na TV Assembleia.

Antes do evento, porém, falou ao Justiça Dinâmica sobre sua palestra, que versou sobre holofotes, autógrafos, tribunais midiáticos e autofagia processual.

Segundo ele, o tema é sério porque é muito ruim quando o holofote passa a ser fonte do direito, quando os magistrados começam a confundir o autógrafo com a toga. Ele criticou a forma como alguns membros de Poder Judiciário estão agindo em determinados processos.

"É complicado quando as pessoas começam a ter fama com os processos que atuam e julgam. Quando fazem palestram com os processos, escrevem livros sobre o processo. Quando isso ocorre, o processo passa a ser secundário. Sempre tenho perguntado às pessoas: se um julgador começa a ganhar dinheiro com o processo que conduz, começa a proferir palestras sobre o processo que atua, quando escreve livro sobre este processo, qual a chance de absolvição do réu? Rasgarão os autógrafos, rasgarão os livros? Claro que não. Garanto que quando o holofote entra no processo, a justiça sai pela outra porta", afirma Cézar Britto.

Comente aqui