Procuradores discordam no Twitter sobre afastamento de Deltan Dallagnol da Lava Jato

Ontem, domingo, 4, uma discussão por meio do Twitter mostrou que procuradores da República estão divididos sobre o afastamento do coordenador da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol.

Para Helio Telho, procurador no Estado de Goiás, “não há razão jurídica ou previsão legal que sustente o afastamento". Ele continua dizendo que o que há são "interesses de quem cometeu crimes e foi atingido pela operação", e que "está tirando proveito da deturpação e da descontextualização midiática de mensagens criminosamente obtidas".

Mas, na mesma postagem, o colega Wilson Rocha, procurador do MPF no mesmo Estado, em resposta a Telho, provoca: “em qual grupo você me enquadraria: 1. Cometi crime; 2. Fui atingido pela operação; 3. Tiro proveito da “descontextualização midiática de mensagens criminosamente obtidas”?

Rocha já havia publicado em seu Twitter um comentário sobre o possível afastamento, apontando que Deltan "vale-se da popularidade amealhada para obter ganhos financeiros pessoais".

INVESTIGAÇÃO INDEVIDA
Na última quinta-feira, 1º, vazamento revelava que Deltan, sabidamente incompetente para investigar membros do Supremo, teria buscado informações do presidente do STF, Dias Toffoli, além de incentivar os colegas a investigarem o ministro e sua esposa. A situação teria aumentado a pressão para que fosse definido algum tipo de punição ao membro do MPF, ou mesmo seu afastamento.

A possível investigação indevida gerou reações de membros do STF. Fux e Moraes solicitaram à PF uma cópia das mensagens hackeadas de celulares de autoridades.

"Diante de notícias veiculadas apontando indícios de investigação ilícita contra ministros desta Corte, expeça-se ofício ao juízo da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília solicitando cópia integral do inquérito e de todo o material apreendido", determinou Moraes.

Também na quinta-feira, Moraes determinou a suspensão de procedimentos investigatórios instaurados na RF que atingiram ministros da Corte e outras autoridades, por haver "graves indícios de ilegalidade no direcionamento das apurações em andamento".

O ministro Marco Aurélio também comentou o assunto:

"É inconcebível que um procurador da República de primeira instância busque investigar atividades desenvolvidas por ministro do Supremo. O problema do Brasil é que não se observa a lei."


FONTE: Com informações do Migalhas

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