Petrobras é vítima da corrupção, afirma presidente do BNDES

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse em depoimento à CPI da Petrobras, na última quinta-feira (16), que o esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato ocorreu fora da Petrobras e não dentro da empresa. “A Petrobras é vítima desse processo”, disse ele ao responder pergunta do deputado Efraim Filho (DEM-PB). 

Também presidente do Conselho Administrativo da estatal, Coutinho afirmou que o colegiado recomendou à direção da Petrobras o aperfeiçoamento dos mecanismos de controle interno, informando que há um processo de investigação independente sendo executado na própria empresa, por orientação do conselho.

Tensão na CPI
O presidente do BNDES, porém, foi confrontado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) a respeito da notícia de que teria pedido doação de campanha ao PT para o dono de uma das empresas investigadas pela Lava Jato, a UTC.

Segundo publicação de um blog da revista "Veja", Coutinho teria intermediado o encontro entre o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, atualmente preso em carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR), e o então coordenador financeiro da campanha de Dilma Roussef, Edinho Silva, que resultou em uma doação de R$ 3,5 milhões para a campanha presidencial do ano passado.

“O senhor se encontrou com Ricardo Pessoa? Sim ou não?”, indagou Lorenzoni. A mesma pergunta havia sido feita pouco antes pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA) e pelo deputado Izalci (PSDB-DF). Em todas as ocasiões, no entanto, Coutinho se limitou a dizer que nunca tratou de financiamento de campanha.

Lorenzoni insistiu na pergunta, sob protesto de deputados do PT, e declarou que tinha informações de que o encontro entre Coutinho e Pessoa efetivamente ocorreu, na véspera das eleições do ano passado, no Estado de São Paulo – Lorenzoni não confirmou em qual cidade ele ocorreu. “A CPI pode pedir as imagens e comprovar o encontro”, apontou Lorenzoni.

Diante disso, Coutinho admitiu ter se reunido com Pessoa, já que a UTC integrava o consórcio responsável pelas obras do aeroporto de Viracopos, em São Paulo. “Me reuni com o consórcio, mas não tive reunião pessoal com Pessoa”, resumiu o presidente do BNDES.

Fonte: IG - Último Segundo

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