MARTA NO PSB

A festa de aniversário de 70 anos da ex-ministra Marta Suplicy marca também o início de uma nova era. Após 34 anos no Partido dos Trabalhadores (PT), ela confirmou, segundo o jornal O Estado de S.Paulo, que vai deixar o partido.

Com planos de concorrer à Prefeitura de São Paulo, em 2016, a ex-senadora também confirmou que vai se filiar ao PSB (Partido Socialista Brasileiro) no momento em que a cúpula do partido considerar o melhor. Pelo mesmo partido, a também ex-senadora petista Marina Silva concorreu à Presidência da República no ano passado.


O clima entre a presidente Dilma Rousseff e Marta Suplicy estava ruim desde o final de 2013

Figurinhas carimbadas nas festas da ex-ministra, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, e o presidente do PT, Rui Falcão, não estavam entre os convidados.

A saída de Marta do PT começou a se costurar no final do ano passado, quando ela deixou o comando do Ministério da Cultura e passou a fazer críticas ao ex-partido. Desde então, o PSB tem tentado atraí-la. Marta, inclusive já almoçou com membros do partido para articular a sua filiação.

O desejo de Marta de concorrer novamente à prefeitura de São Paulo – cargo que assumiu entre 2001 e 2005 – fica cada vez mais distante, apesar das recentes avaliações negativas do atual titular, Fernando Haddad. No PSB, ela teria uma chance para encabeçar uma chapa, espaço que já não tem mais no Partido dos Trabalhadores.


HISTÓRIA

Ex-mulher do atual secretário Municipal dos Direitos Humanos de São Paulo, Eduardo Suplicy, Marta ingressou no PT em 1981. Defendendo o partido, ela foi deputada federal entre 1995 e 1998. Em 2001, assumiu a prefeitura da capital. Apesar de implantar o Bilhete Único, seu mandato foi marcado por greves de ônibus e taxas, chegando a ser apelidada de "Martaxa". Ela terminou o mandanto com 48% de aprovação, mas apesar disso não conseguiu se reeleger e perdeu a campanha para o tucano José Serra, apoiado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).


Marta se achava mais valorizada pelo ex-presidente Lula que pela atual presidente Dilma

Durante o mandato do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, Marta foi escolhida para ser ministra do Turismo, cargo que ocupou entre março de 2007 e junho de 2008. No comando da pasta protagonizou um dos mais inesquecíveis episódios da história do Brasil. Em dezembro de 2007, quando questionada sobre transtornos em aeroportos, ela disse aos passageiros: "Relaxa e goza porque você vai esquecer dos transtornos”.

Em 2010, foi eleita senadora com 22,61% dos votos, atrás do senador tucano Aloysio Nunes.

RUPTURA

Marta assumiu o comando do Ministério da Cultura em setembro de 2012, cargo que ocupou até o final de 2015, sendo substituida por Juca Ferreira. Ela fez diversas críticas ao governo após ser preterida. Ao deixar o ministério, em novembro do ano passado, ela usou sua conta pessoal no Facebook para criticar a nomeação de Ferreira.

"A população brasileira não faz ideia dos desmandos que este senhor promoveu à frente da Cultura brasileira. O povo da Cultura, que tão bem o conhece, saberá dizer o que isto representa", escreveu Marta.

Em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo", publicado no dia 11 de janeiro, a ex-ministra fez uma série de críticas ao PT e à presidente Dilma Rousseff. Ela chegou a dizer: "ou o PT muda ou acaba". Ela ainda definiu a condução econômica como "fracasso". Na ocasião, Marta também disse que se sentia "alijada e cerceada". "Cada vez que abro um jornal fico estarrecida. É esse o partido que ajudei a criar", disse.

Quinze dias depois, em artigo assinado por ela no jornal "Folha de S.Paulo", entitulado "O diretor sumiu", Marta critica novamente a condução econômica do País. "Se houvesse transparência na condução da economia no governo Dilma, ela não teria aprofundado os erros que nos trouxeram a esta situação de descalabro e que não estaríamos agora tendo de viver o aumento desmedido das tarifas, a volta do desemprego, a diminuição de direitos trabalhistas, a inflação, o aumento consecutivo dos juros, a falta de investimentos e o aumento de impostos, fazendo a vaca engasgar de tanto tossir”, escreveu.

E disse também que o Brasil vive “crises de todos os tipos: crise econômica, política, moral, ética, hídrica, energética e institucional. Todas elas foram gestadas pela ausência de transparência, de confiança e de credibilidade”.


com informações de IG

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