O QUE PENSAR DESTES POLÍTICOS?

por Marcos Melo

Às vésperas da Semana Santa, centenas de políticos brasileiros tiveram que enfrentar o calvário das explicações sobre doações de campanha e seu relacionamento com a construtora Odebrecht. O Política Dinâmica publicou duas matérias sobre os piauienses que contam nas listas confiscadas pela Polícia Federal:

FIRMINO E WELLINGTON DIAS APARECEM EM LISTA DA ODEBRECHT

CIRO E HERÁCLITO TAMBÉM ESTÃO NA LISTA DA ODEBRECHT

Vivemos um momento onde os julgamentos e as acusações são antecipadas. E essa culpa, os políticos carregam. Todos. Aqueles que trabalharam para não termos uma reforma política de verdade e aqueles que não trabalharam o suficiente para viabilizar antes, eleições nas quais empresas não financiassem os políticos para colher vantagens no futuro.

A lista com nomes de políticos voltou ao sigilo por determinação do juiz federal Sérgio Moro, do Paraná. Mas a imprensa teve acesso à lista antes da determinação. e, de modo algum, poderia ter deixado de publicá-la.

A Odebrecht, investigada na Lava Jato, tem obras por todo o Brasil e fora dele também. Mas no caso do Piauí, não há obras nem da Prefeitura de Teresina ou do Governo do Estado.

A INTIMIDADE COM OS POLÍTICOS

A relação entre empresas e políticos, às vezes, passa longe do razoavelmente aceitável. As listas e planilhas tem detalhes curiosos, como, por exemplo, apelidos de políticos.

A deputada Manuela D'Avila (PCdoB-RS) tem o pedido de “Avião”. O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) é chamado de “Atleta”. O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, é o “Caranguejo”. O senador líder do governo, Humberto Costa (PT-PE), tinha a alcunha de “Drácula” e o ex-cara-pintada, senador Lindberg Farias (PT-RJ) é o “Lindinho”.

OS PIAUIENSES NA LISTAS

Não há piauienses com referências carinhosas na lista. Mas o governador Wellington Dias, do PT; o prefeito Firmino Filho, do PSDB; o deputado federal Heráclito Fortes, do PSB; e o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP. O que isso significa? Neste momento, nada. Não há certeza sobre o que representam as planilhas.

E por mais que os nomes destes e centenas de outros políticos tenham valores relacionados, não devem ser automaticamente considerados como protagonistas de ilegalidade. De antemão, é impossível saber o que é legal e o que pode vir a ser dinheiro proveniente de “caixa 2”. As suspeitas deverão ser esclarecidas nas investigações da Lava Jato.

AS DEFESAS DOS CITADOS

O prefeito Firmino Filho, em nota oficial, esclareceu que nunca recebeu valores em suas campanha diretamente da Odebrecht. Adiantou, também, que a empreiteira nunca teve obras ou relação contratual no âmbito da Prefeitura de Teresina em suas gestões.

O governador Wellington Dias, também em nota oficial, informou que não recebeu nenhuma doação da Odebrecht e que recebeu com estranheza a notícia de seu nome na lista que foi divulgada, onde estava escrito, inclusive, de caneta. Afirmou não ter relação com a construtora ou suas subsidiárias e, tal qual Firmino, apontou que não há obras de sua gestão tocadas pela Odebrecht.

O deputado federal Heráclito Fortes, por meio de sua assessoria de imprensa garantiu que está tranquilo sobre o assunto. Pontuou que houve doação oficial, tudo dentro do que determina a lei, inclusive constando em prestação de contas. E se disse à disposição da imprensa e dos agentes da Lei.

O senador Ciro Nogueira não foi localizado por nós ou por sua própria assessoria de imprensa para comentar o assunto.

A ÍNTEGRA DAS NOTAS

NOTA DO PREFEITO FIRMINO FILHO

Em relação à lista divulgada pela imprensa nacional onde figura nosso nome – em atenção a retidão que sempre nortearam nossas ações – cumpre esclarecer o seguinte:

I. Não recebemos valores sob qualquer forma da Construtora Odebrecht. Reafirmamos, portanto, que a referida empresa não consta na relação de doadores da campanha de 2012;

II. A referida construtora nunca teve obras ou relação contratual no âmbito da Prefeitura de Teresina em nossas gestões;

III. Todas as contribuições recebidas pelo comitê de campanha nas eleições de 2012 foram contabilizadas e entregues a Justiça Eleitoral de acordo com a legislação vigente;

IV. A prestação de contas referente à campanha eleitoral de 2012, que se encontra disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de fácil consulta aberta, fora auditada e aprovada pelo TRE – PI;

Estamos à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos, se necessário.

Continuamos tranquilos e firmes trabalhando em favor da cidade e, apoiamos todas as investigações levadas à cabo pela Justiça brasileira.

Firmino da Silveira Soares Filho

NOTA DO GOVERNADOR WELLINGTON DIAS

O governador Wellington Dias informa que não recebeu nenhuma doação da empresa Odebrecht e que estranha seu nome na lista que foi divulgada, onde estava escrito, inclusive, de caneta. Ele ressalta que, quando governador, o Estado nunca teve relação com tal empreiteira e que nunca a empresa, ou alguma de suas subsidiárias, realizou obras no Piauí durante seu governo. Para mostrar transparência, o governador disponibiliza, ainda, a lista completa de seus doadores de campanha, que é pública e também está disponibilizada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O governador aguardará o andamento das investigações e o esclarecimento de todos os fatos.

Coordenadoria de Comunicação Social

Governo do Piauí

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