Um dia é uma eternidade na política que vive o Brasil. E os dois últimos dias de filiação para as eleições de 2018 mostraram isso. A refiliação de João Vicente Claudino ao PTB, a troca do MDB pelo Podemos feita por Elmano Ferrer e a aproximação dos dois ao deputado Dr. Pessoa, agora no Solidariedade pôs pimenta nas disputas majoritárias deste ano no Piauí.
Depois de meses forçando o partido a se agarrar ao governador Wellington Dias, os deputados que restaram dentro do PTB acreditavam que naturalmente JVC, refiliado à sigla, não teria outra opção a não ser acompanhá-los no caminho de reeleição de Wellington Dias (PT). E outros experientes políticos da base e da oposição achavam o mesmo. Mas João Vicente fechou questão contra o modelo nocivo de gestão do petista.
JVC não se movimentou sozinho e mostrando que “o rabo não abana o cachorro”, ampliou as possibilidades do jogo político. A filiação de Elmano Ferrer ao Podemos foi inesperada. O senador deixou o partido do presidente e se afastou da base de Wellington Dias. Uma baixa e tanto no governo. Se colocando num campo mais “neutro”, abre-se a possibilidade de aliança com outra figura que vai ser importante: o Dr. Pessoa.
Se esta é uma chapa? Quem sabe! Pode ser ou pode não ser, mas uma coisa é certa: agora há mais opções. JVC afirma que está à disposição da oposição para ser o candidato do entendimento geral contra Wellington. E está bem alinhado com Dr. Pessoa, que deve anunciar nos próximos dias qual cargo vai disputar em 2018. Se for o de senador, olha aí. Já é meia chapa. Talvez até Elmano resolva colocar o nome para senador outra vez para “fechar” o segundo voto de quem escolher Pessoa primeiro e tomar o primeiro de outros candidatos já apresentados na disputa.
E se o entendimento não for geral? JVC pode não ser o candidato, mas Elmano e Pessoa continuam alinhados. O Veín Trabalhador pode ser o cabeça-de-chapa, disputando o governo, com Dr. Pessoa indo pro Senado. Duas vagas — a de vice e outra de senador — passam a ampliar as chances de alianças com descontentes da base governista e da oposição estabelecida até agora. E os descontentes estão soltando rojão.
Qualquer formato destes, já causa instabilidade dia base de Wellington Dias, unida nos interesses pessoais de “mamar”, mas desunida na vontade de se enganar na teta maior. Seria difícil deixar o governo para ir direto para a oposição que já tem uma chapa formada. Mas uma chapa aberta, essa oferece chances maiores de desembarque do governo.
JVC candidato, além de tirar tempo do PTB da campanha de W.Dias, põe em campo um nome conhecido em todo o Piauí, e um testemunho de traição. A pecha cola no petista. Aliado a Dr. Pessoa, une estrutura e popularidade. E desmonta estratégias das campanhas de senadores já colocadas.
Reforça o discurso contra Ciro Nogueira (Progressistas) e toma espaço da campanha de Wilson Martins (PSB). Imagine então, com Elmano no palanque. Seria uma campanha instantânea de norte a saldo Piauí com a maior base eleitoral da capital. Ainda mais com a crise interna do PSDB.
PTB, Podemos e Solidariedade não estão se articulando sozinhos. Há uma série de partidos menores que já garantem, somados, um tempo de tv e rádio razoável para a campanha.
Pode não acontecer nada disso, claro. Mas pelo menos agora, existe a possibilidade de que muita coisa aconteça também.
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