O projeto de emenda à Lei Orgânica do Município, de autoria da vereadora Cida Santiago (PHS), continua repercutindo na Câmara Municipal de Teresina. Por lá, muitos vereadores andam preocupados com o rumo das discussões e das declarações da parlamentar à imprensa e defendem que ela não deveria expor os colegas.

O vereador Edson Melo (PSDB) afirmou, em discurso na tribuna, que “não se faz demagogia com a tarifa de transporte coletivo” e que a proposta da vereadora não é motivo de emenda à Lei Orgânica do Município. Cida pretende reduzir o prazo de adequação das empresas concessionárias do transporte público para inclusão de ar-condicionado nos ônibus, que atualmente é de 30 anos, determinando que a partir de julho todos os veículos adquiridos sejam climatizados.

Segundo o tucano, “ninguém dá nada a ninguém” e se essa adequação for realizada agora haverá ônus ao usuário. Ele defende que os benefícios encarecem a tarifa, citando como exemplo a meia passagem estudantil e gratuidade para idosos e militares. “Todos esses abatimentos são pagos pela população. (...) Poderíamos aprovar esta lei, mas quem paga no final? Vai para a tarifa”, declarou.

RÉPLICA DE CIDA SANTIAGO

Cida se defendeu das acusações dos colegas, dizendo que “não está inventando leis”. Ela explicou que busca, com a proposta, a inclusão de um inciso ao art. 194 da Lei Orgânica do Município, que versa a respeito do sistema de transporte da capital.

Cida disse ainda que vem percebendo tentativas de barrar a proposta. Ela afirmou achar estranha a demora na tramitação do projeto, que segundo ela, é um processo rápido e que ocorre geralmente em menos de uma semana. No projeto de emenda de Cida, tramitou em 20 dias.

A discussão sobre o transporte público na Câmara de Teresina dá sinais de que ainda não acabou. A oposição tem trazido, sistematicamente, o debate à tona.