TEMER ARTICULA AJUDA A AÉCIO, MAS NÃO QUER “DEIXAR A DIGITAL”

Presidente Temer articula "salvação" do senador Aécio Neves (Foto: Reprodução/Internet)

O presidente Michel Temer discute com seus auxiliares uma operação para ajudar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) a conseguir votos no plenário para derrubar seu afastamento do mandato e recolhimento noturno, além de articular com o PMDB para garantir blindagem ao tucano no Conselho de Ética.

Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, Temer e Aécio têm conversado por telefone. Aécio é um dos principais aliados do presidente e frequentador assíduo do Palácio do Jaburu. Mas, desde o recolhimento noturno imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Aécio e Temer passaram a se falar pelo telefone.

Para executar a ajuda ao tucano, Temer escalou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), para costurar acordos com os senadores. Nos bastidores, Aécio ainda conta com auxílio do ministro Antônio Imbassahy (PSDB), articulador político do governo.

Um dos principais aliados de Temer disse ao blog de Andréia Sadi que o presidente "ajuda Aécio, mas com cautela, porque não quer deixar a digital". 

No entanto, a dobradinha de Aécio e Temer remonta a outros episódios. Os tucanos aliados do senador cobram a ajuda do governo ao relembrar que Aécio operou para emplacar o deputado Paulo Abi-Ackel como relator da primeira denúncia contra Temer, além de avalizar agora Bonifácio de Andrada como relator da segunda denúncia.

Os dois deputados são do PSDB de Minas Gerais, reduto de Aécio, e deram pareceres favoráveis ao governo Temer. Nos bastidores, senadores da base aliada admitem que Aécio pode se salvar no plenário na terça-feira (17) - mas avaliam que será por uma margem apertada - e apontam para uma segunda batalha: o Conselho de Ética.

O PT iniciou um novo processo no conselho para que Aécio perca o mandato. O colegiado é comandado por João Alberto (PMDB-MA), senador aliado de José Sarney e Jucá. Por isso, Aécio conta com o PMDB de Temer para se salvar no plenário e, depois, conseguir votos no Conselho de Ética para preservar seu mandato.


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